O exercício de um cargo público, sobretudo se afeto à
Administração, é atribuição das mais dignas e responsáveis. Isso porque esse
fato exige que o interesse defendido seja sempre o que atenda ao bem comum. E
se é comum, não é deste ou daquele grupo, mas sim amplo e indeterminado, de
modo que atenda ao maior número de pessoas. O verdadeiro administrador público
se preocupa com o presente atento ao futuro, e sabe que a Administração
Pública, seja prefeitura, governadoria ou mesmo presidência da República, não é
sua. Nunca foi e nem será. Daí que mandatos são provisórios, e os cargos para o
Executivo permitem apenas uma reeleição para o período seguinte, o que
significa, na prática, que prefeitos, governadores e presidentes podem
permanecer, sem interrupção, no máximo, por 8 anos ininterruptamente. Mas se
nossos partidos políticos ainda não atingiram a maturidade necessária para um
Estado Democrático de Direito, interesses mesquinhos de alguns administradores
em final de gestão apenas evidenciam ainda mais para a descrença popular com a
classe política, presente em dois dos três Poderes da República. Em Itabuna, a
quantidade de vereadores aumentou de 13 para 21. Segundo noticiou Veja em 2 de
julho, foram criadas mais de 5 mil vagas para vereador nas eleições de 7 de
outubro. Será que isso significa melhor qualidade da produção legislativa a
partir de janeiro? Duvido. Mas explica o porquê da reprovação de quase todos os
vereadores itabunenses nas urnas para mais um mandato: o pensamento
individualista de maus políticos, que se imaginam eternos no poder, é uma farsa
com prazo certo. Em 2012, mais uma vez não foram poucos os prefeitos que,
infelizes porque recusados na reeleição ou refutados seus apoiados,
transformam-se em aberrações. Os princípios constitucionais que devem nortear a
Administração Pública, que asseguram legalidade, impessoalidade, moralidade,
publicidade e eficiência, pensam alguns quase ex-prefeitos, não teriam
aplicação em final de legislatura.
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