Você sabia que um capacete pode ter
tanta bactéria quanto à tampa de um vaso sanitário? Saiba o porque isso
acontece e quais os cuidados que se deve ter para manter o seu capacete livre
desse inimigo oculto. O capacete é o principal equipamento de segurança de um
motociclista, por isso é obrigatório por lei. Durante o uso, entra em contato
direto com parte do rosto e o restante da cabeça. O uso diário e prolongado,
somado à falta de limpeza e higienização, pode fazer com que o capacete cujo
forro não é dotado de tecido bactericida (que, por sinal, é o modelo mais caro)
se torne num foco de bactérias - verdadeiras inimigas que não vemos, mas que
colocam em risco a saúde. Para saber como isso acontece e o que deve ser feito
para afastar esse mal de nós, motociclistas, eis a opinião do verdadeiro mestre
no assunto: o Doutor Bactéria. Leia a entrevista a seguir e coloque as dicas em
prática o quanto antes.
BLOG DO VAL CABRAL - O capacete pode
ser um foco de bactérias? Por que?
Dr. Bactéria - Vamos partir
do princípio que os microrganismos para sobreviverem necessitam de três coisas:
alimento, umidade e certo calor. Parece-me que dentro de um capacete existem as
três coisas: restos de pele, cabelo e descamações como alimento. Suor e chuva
são responsáveis pela umidade. Por fim, o calor pode ser relacionado não só com
o próprio calor do usuário, mas como também ao clima, pois, em um país tropical
como o nosso, o calor impera por grande parte do ano. Tudo isso é aliado à
presença de vários “esconderijos” para as bactérias, como a espuma existente na
parte interna do capacete, e à falta de limpeza constante. Diante desses fatos,
estamos com a equação ideal para que os microrganismos sobrevivam por um largo
tempo e se multipliquem.
BLOG DO VAL CABRAL - Qual o principal
hábito do motociclista responsável pela proliferação de bactérias no capacete?
DB
- A falta de higiene. O capacete tem a necessidade de uma limpeza da forração
como se fosse uma roupa de uso constante, mas, infelizmente, em muitos casos,
não observamos isso nem com bonés, muito menos com os capacetes.
BLOG
DO VAL CABRAL - O que as bactérias, os fungos e outros microrganismos
encontrados no capacete podem causar à saúde?
DB - Micoses
(exemplo, Tinea capitis), caspa, descamações, infecções com pus, sem falar nas
gripes, resfriados, espinhas, furúnculos, candidíase, entre outras doenças.
BLOG
DO VAL CABRAL - Quais cuidados necessários para reduzir ou acabar com
os focos de bactérias?
DB - A redução está voltada às práticas
de higiene. Lavagem com certa constância da forração (dependendo da
utilização), uso de gorros laváveis e tocas descartáveis, principalmente no
caso de mototaxistas e motoboys, e até mesmo o não uso de adesivos no casco
(parte externa), já que a cola deixada por eles pode acumular sujeira. Também é
importante guardar o capacete com a abertura para cima. Assim, há maior
circulação de ar e consequentemente a redução de umidade na forração. O
motociclista deve ainda evitar o contato com o chão e outros locais sujos.
BLOG
DO VAL CABRAL - Com que frequência um capacete deve ser limpo e
higienizado?
DB - Tudo depende da utilização. Um mototaxista
que usa diariamente deveria higienizar todos os dias. O ideal seria ter duas
forrações com troca diária ou então dois capacetes. A mesma coisa vale para
motoboys que o utilizam diariamente e por longos períodos. No caso de pessoas
que somente usam para locomoção do trabalho para casa e da casa para o
trabalho, a limpeza deve ser feita de três a cinco dias. Já quem apenas utiliza
a moto nos fins de semana uma vez ao mês é o suficiente.
BLOG DO VAL
CABRAL – Seria possível comparar um capacete usado por longo período
sem qualquer tipo de higiene a lugares ou objetos sujos ou algum outro foco
conhecido de bactérias, para que possamos ter uma noção da gravidade do
assunto?
DB - Sim, por mais absurdo que possa parecer, um
capacete cujo motociclista utiliza diariamente por um longo período, sem se
preocupar com a limpeza de sua forração, pode conter o mesmo número de
bactérias que um assento de vaso sanitário.
NÃO SE ESQUEÇA: -
Faça a limpeza do forro de seu capacete com maior frequência, - A cola deixada
por adesivos no casco do capacete também se torna foco de bactérias, - Capacete
com o interior sujo não só pode deixá-lo doente como pode tornar a cura muito
mais demorada, - Veja bem onde você apóia seu capacete, afinal o tampo de uma
mesa de restaurantes ou um banco de praça pode ter inúmeros tipos de bactérias,
- Seja por conta da chuva ou do suor de sua cabeça, a humidade no interior do
capacete só ajuda a proliferar bactérias. Por isso, quando não estiver sendo
utilizado, deixe-o com a “boca” para cima. - Se você presta serviço de
moto-taxi, ofereça a seus clientes toucas descartáveis. Nem que você cobre um
pouco a mais devido ao custo da touca, a fama de higiene e bom serviço lhe
renderá uma boa freguesia. - Lembre-se, capacete é como uma roupa íntima,
precisa ser higienizada. Você já se imaginou utilizando a mesma cueca por
meses?
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