JUÇARA MENTIU AO DECLARAR POSSUIR PATRIMONIO DE APENAS 9 MIL

A revelação das declarações de bens feitas pela candidata Juçara Feitosa nestas eleições suscitou uma séria de conjecturas a respeito dos fatos que seriam verdadeiros e os que não seriam, nas informações disponibilizadas pelo Tribunal Regional Eleitoral. Num universo de seis candidatos majoritários, acompanhados de seus respectivos vices, e outro universo bem mais vasto, composto por 399 candidatos proporcionais, que disputarão vinte e uma vagas para a Câmara de Vereadores, pelo menos um caso se destacou como flagrante desrespeito aos eleitores, e a própria Justiça Eleitoral; o da candidata a prefeita Juçara Feitosa (PT). Em sua declaração de bens apresentada a Justiça de Itabuna, Juçara declara possuir pouco mais de nove mil reais, mas, menos de 10 mil reais. Explicações a parte, a impressão que fica é muito ruim, especialmente para a credibilidade que a candidata deve ter. Quem mente numa situação assim, é capaz de cometer deslizes muito mais escrabosos. O ideal, nestes casos, é a própria candidata analisar diligentemente aquilo que vier a ser declarado para a Justiça Eleitoral, para não correr o risco de ficar taxada como mentirosa, o que, de acordo com declaração de Juçara, não corresponde a verdade. É possível que a candidata esteja dizendo a verdade? Claro que não, pois a discrepância entre sua informação e a realidade acaba suscitando dúvidas no eleitorado de que de fato ela não engana e nem mente. O fato é que caso a Justiça eleitoral não apure a veracidade destas declarações elas correm o risco de caírem em total descrédito. Se é para informar o eleitorado quanto a situação patrimonial antes das eleições de cada candidato, possibilitando um comparativo posterior das mesmas, no caso daqueles que se efetivarem em cargos públicos, e assim medir suas respectivas evoluções patrimoniais, é necessário que a informação reflita a verdade; caso contrário tal ferramenta de controle e transparência quanto ao exercício de mandatos para cargos no Executivo, ou no Legislativo, torna-se inútil. Ao longo dos anos, a mentira vem perdendo espaço no cenário político. Caso como esse de Juçara é prova disso. O que ainda não está claro, pelo menos para parte da sociedade que pretendem representar, é que os políticos não podem esquecer que quando se oferece o nome a um cargo publico, o individuo passa a lidar com os anseios de toda uma população que cada vez mais cobra de seus representantes coerência entre sua vida pública e a vida privada. A mentira faz parte do ser humano assim como a verdade. Cabe a cada um escolher por qual via irá transitar, e ao eleitor, escolher, dentre tantos aspirantes a cargos públicos, em quem votar.