A aprovação do novo Código Florestal, mesmo com os vetos da presidenta Dilma Rousseff, significa, para a ex-senadora e ex-ministra do Meio Ambiente Marina Silva, a revogação de “mais de 20 anos de esforço de regulação e governança ambiental” no país. “Temos um Código Florestal que não é mais florestal, é um Código Agrário. O que está sendo avaliado é uma caixa de Pandora [caixa que, na mitologia grega, continha todos os males do mundo], com todas as maldades”, criticou. Marina participou nesta sexta-feira (1º) de seminário sobre energia limpa, na Coordenação de Programas de Pós-Graduação de Engenharia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (Coppe/UFRJ), que antecede a Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável (Rio+20), que ocorre de 13 a 22 de junho no Rio. A ex-senadora definiu o veto da presidenta Dilma Rousseff ao Código Florestal como “periférico e insuficiente”. Os pontos negativos mais importantes do novo Código Florestal são, na opinião da ex-ministra do Meio Ambiente, a manutenção da anistia para os desmatadores e a redução da proteção das áreas que deveriam ser preservadas, como manguezais, nascentes e margens dos rios. “Permaneceu o projeto do Senado, com agravamentos”, disse. Marina ressaltou que o antigo Código Florestal tinha ajustes que haviam sido propostos para corrigir algumas situações de entendimento entre ambientalistas, produtores e governo. Ela citou, como exemplo, o cultivo de parreiras, macieiras e dos cafezais. Por serem culturas de ciclo longo e lenhosas, deveriam ficar aonde estão. “Quando nós concordamos com esse arranjo, eles disseram: então, também podem a pecuária, a agricultura de modo geral e o plantio de espécies exóticas e foi isso que ficou no texto do Senado”. Marina disse que, nesse caso, uma transigência correta para atualizar o código sofre a colocação “de uma agenda do século passado, que é aumentar a produção pelo uso predatório dos recursos naturais”. Ela disse que não é justo o que está sendo feito com as florestas brasileiras. “Estão transferindo o passivo da agricultura para as florestas”. A ex-ministra denunciou ainda a existência no Brasil de 120 milhões de hectares com uma pecuária improdutiva, que produz uma cabeça de gado por hectare, quando na Argentina são produzidas três cabeças por hectare. Ela acredita que se o país aumentar a eficiência para produzir mais, apoiado pelas tecnologias hoje disponíveis, seriam liberados cerca de 17 milhões de hectares para outros usos. Outro problema, segundo Marina, é que o país produz um emprego a cada 400 hectares, quando existem tecnologias que permitem produzir um emprego a cada 80 hectares. “Estão transferindo a ineficiência do setor para as florestas. A biodiversidade, os recursos hídricos e a sociedade, de modo geral, estão pagando o preço por não serem enfrentados os gargalos da agricultura”. Marina também criticou a postura contrária do governo brasileiro à criação de uma agência mundial ambiental em substituição ao Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma), orgão de funcionamento semelhante à Organização Mundial da Saúde (OMS), por exemplo. “O que se quer, disse, é ficar no mesmo lugar. No lugar da inércia”. Em comparação a 1992, quando ocorreu a Conferência da ONU para o Meio Ambiente e Desenvolvimento (Rio92), Marina avaliou que o cenário hoje é melhor, do ponto de vista da sociedade. “Nós estamos com retrocesso do ponto de vista do governo”. Ela mostrou-se, entretanto, otimista, no sentido de que esses retrocessos podem ser corrigidos e deixou claro que não tem atitude de oposição em relação à presidenta Dilma. “Espero que os rumos sejam corrigidos por quem tem o poder de corrigir, que é o próprio governo. A esperança não é a última que morre. É aquela que não deve morrer”. As informações são da Agência Brasil.
Amigo Val Cabral
ResponderExcluirNuncana história deste país, se desmatou e maltrator tanto a nossa natureza.
Lula e Dilma são o que existe de mais nocivo paraas florestas brasileiras.
Infelizmente, a maioria do nosso povo, se contenta com as migalhas e vota com o estômago!
Porisso, este país é uma merda!
Pedro Batista
Tenho motivos para acreditar que os ditadores do desmatamento incondicional não são melhores do que os ditadores da ecologia.
ResponderExcluirNão estou muito “inteirado” no assunto entretanto, quando os EUA devastou suas florestas, tempos atrás, nenhum país Europeu realizou um crítica dura contra os americanos, à época. Aqui no Brasil, tudo bem que a Marina Silva tenha suas opiniões, mas parece que toda ONG ou qualquer tipo de organização internacional quer se intrometer em nossas decisões.
ResponderExcluirGuilherme Santiago de Novais
O poder precisa de agentes para impor sua agenda, o ambientalismo e o indigenismo estão servindo para este fim: manter o Brasil sem autonomia alimentar e energética.
ResponderExcluirOs ingleses ainda mexem os cordões de marionetes mundo afora, sempre à serviço de seus interesses.
Acorda Brasil.
Como estou ficando velho tenho que aproveitar melhor o meu tempo. Assim, quando me deparo com uma questão ambiental e quero ter uma opinião a respeito procuro saber o que pensa a Marina. Fico com a opinião dela e tenho constatado que estou certo em 99,9999…% dos casos!!!!
ResponderExcluirGuilherme Santos
Prezado amigo Val Cabral
ResponderExcluirA velocidade que a população brasileira tem disponível para modernizar-se é proporcional ao grau de liberalismo que ela consegue atingir. O poder no Brasil está em função, única e exclusivamente, de um capitalismo de estado baseado em reservas de mercado, cuja operação é feita por partidos políticos aboletados em ministérios que funcionam como gerenciadores da reserva,protegendo o negócio da concorrência através da burocracia.
Entre os negócios defendidos está a venda de burocracia pura e simplesmente.
Outros são energia, programas habitacionais, transporte, agricultura (esta colide com o pessoal que produz sozinho, apesar do estado; o presente post), para exemplificar filões de negócios em que o estado deveria atuar de outa maneira.
Tudo está reservado ao estado e disponível para comércio.
Estes fatos são antigos como Cabral, o Pedro Álvares.
Saída: a curto prazo a desobrigatoriedade do voto; a longo: educação. Nenhuma das duas soluções irá acontecer. Porque ou é isso ou é o estado na maneira como está implementado hoje.
Mudar este quadro é tarefa para um estadista de primeiríssima linha.
Há nove anos houve um cruzamento desse modelo com o PT. Em nome do “povo”, da “justiça” e conceitos igualmente nobres entranhou esse modelo sem nenhuma cerimônia, sem nenhuma crítica, sem nehuma modificação, para atender aos anseios de poder do seu líder.
É um partido que nunca teve modelo administrativo. Só retórica; e agressiva.
O resultado é essa maçaroca monárquica.
Nenhum estado sério sobrevive a 8 ministros de estado, figuras do primeiro escalão, detalhe óbvio, importantíssimas para o funcionamento do estado, detalhe mais óbvio ainda, caídos por fortes evidências de corrupção.
E continuamos assim. Banalizou. Se cair o resto do ministério, nada de mais sério acontece.
Ensaio de uma explicação: a população brasileira é descolada do estado. São objetos estanques de uma sociedade cindida. Um só precisa do outro de quatro em quatro anos. O outro… cumpre suas obrigações, vira as costas e vai tratar da vida. Não lembram em quem votou para deputado? E daí? Este é um fenômeno. Quem deveria se preocupar com este descaso era o estado.
Mas isso afeta os negócios? Não.
Então; qual é o problema?
Paulo do Pontalzinho
paupont@bol.com.br
Incrível como o colonianismo existe até hoje. O pior é que os colonizados se julgam nacionalistas. Digam-me qual é a área de floresta nativa que existe na Inglaterra e na Holanda? Um por cento? Existe APP e Reserva Legal?
ResponderExcluirAh e quer saber, a Rio + 20 que se dane. Cadê o protocolo de Kioto que os EUA se recusam a assinar?
ResponderExcluirSE MARINA É CONTRA, EU TAMBÉM SOU CONTRA... E NEM QUERO SABERDE DETALHES AMBIENTLISTAS, HUMANITÁRIOS, ETC, ETC... JOSELITO BARBOSA
ResponderExcluirO que eu quero mesmo, é ver o rio cachoeria pegando fogo, para comer o jegue da ilha assado!!!
ResponderExcluirEveraldo Costa
Produção de alimentos com meios sutentáveis do meio ambiente. Alimento é para sustentar as pessoas e também é sustentação do meio ambiente. Ou se pensa que tudo é plantado e colhido ensacado? O que necessitar ser devastado vai ser. Não adianta. é o avanço da colonização. Quanto aos que produzem o que todos brasileiros comem vão se danar. Estão próximos dos achacadores. Há famílias que têm muitas terras más não continuas e são considerados como grandes latifúndios. O PT faz uma política de terra devastada. O produtor rural tem que enfrentar os preços, as intempéries, as pragas [na minha região perdemos mais de 100 mil essências centenárias de aroeira. A cigarra fica seis anos comendo as raízes. Uma coisa é certa: a produção vai baixar. Os alimentos vão ter aumento, estamos com uma seca danada, e vamos ter que importar.
ResponderExcluirMeu deus do céu, meu deus do céu, nunca vi tanta gente BURRA discutindo de um assunto que não lhes diz respeito... rsrsrsrsrs!
ResponderExcluirFlávio Guimarães