Por um dessas casualidades, encontro entre os meus papéis velhos que não foram queimados ou rasgados uma extensa análise que escrevi e não publiquei no início de 2002. E isso sempre é interessante quando acontece, porque podemos checar não apenas as opiniões, mas observar as grandes transformações que se efetivaram no mundo, no Brasil, na Bahia e em Itabuna em dez anos. Já se disse profeticamente que há dias que valem por anos e há anos que valem por dias, sob a perspectiva das grandes transformações progressistas em escala mundial. No entanto, esse período de dez anos que nos separa desse texto de 2001 mostrou que a roda da História tanto se move para frente, ou fica atolada em terreno lamacento por um bom tempo, quanto pode também se movimentar por saltos em marcha a ré. Não que retrocessos sejam uma novidade, mas sim um que, além de econômico, também ideológico, em dimensão global; talvez algo inusitado na recente História contemporânea. Tanto quanto uma crise planetária do capitalismo em que os países do primeiro mundo afundam no lodaçal da recessão, do desemprego de centenas de milhões, e paralelo, há uma ascensão econômica, geopolítica, de nações emergentes como Brasil, Rússia, Índia e China. Há dez anos atrás seria inimaginável um operário se tornar presidente da república. Nem seria provável a queda do carlismo na Bahia. Em Itabuna, nada mais houve de surpresa, que Fernando Gomes vender a rádio Difusora, para seu até então arquiinimigo Geraldo Simões. E dez anos é tempo demasiadamente inexorável para os acontecimentos que nos surpreendem e causam reviravoltas extraordinárias em nossas existências.
Minha virilidade que o diga!
ResponderExcluirErnesto