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30 de agosto de 2011

JORGE AMADO COMPLETA 100 ANOS DE NASCIMENTO EM 2012

Homenagear uma pessoa após a morte é praxe no Brasil. Geralmente o talento só é reconhecido tardiamente. No caso de Jorge Amado, a homenagem no centenário de nascimento está fora da regra. O sucesso da literatura desse homem simples, nascido no interior da Bahia, supera todas as medidas usadas para os outros mortais. Jorge Amado é sinônimo de Brasil, de Bahia, de brasilidade. Falar da obra é falar do ser humano criador; falar das personagens é identificar o falar natural das pessoas da rua, da gente que circula e inunda praças e avenidas desse grande país, que é mais interior do que capital. A presença de Jorge está nas esquinas, nos costumes, que o tempo não deixa morrer. O escritor está vivo, sempre, na vasta e diversa obra. E o tempo, senhor da vida, junto com a justiça dos orixás que protegem Jorge Amado, imortalizam a obra desse homem. A obra de Jorge Amado dá voz e cor, imagem e alma a vivências que talvez passassem despercebidas, anônimas. Tieta do Agreste, Dona Flor e seus dois maridos, Capitães da Areia, Gabriela, Cravo e Canela e tantos outros livros imortalizam experiências de vida, oxigena as bibliotecas e presenteia a literatura universal. E Jorge é universal justamente por valorizar o local. O alquimista da língua que o povo fala e entende, pacientemente burilou e teceu, com arte própria, uma malha literária que o tornou célebre ainda em vida. Jorge Amado é uma marca, um sucesso que não precisou da morte para se tornar querido e amado. Em se tratando de Jorge Amado, a morte simboliza apenas um novo passo, uma entrada a um portal multiplicador de vidas. Costumo dizer que os Jorges são milhares, milhões, desde que se tenha tido contato com qualquer escrito, rabisco, rascunho do grande mestre da palavra. Mia Couto, em matéria recentemente publicada na mídia da capital da Bahia, declarou que Jorge Amado foi o escritor estrangeiro mais lido na África e influenciou o surgimento de muitos escritores africanos de língua portuguesa. Esta é a verdadeira glória, que não precisa de fardões, emblemas, placas ou rótulos. A arte de Jorge já diz tudo, sozinha. As homenagens, meros protocolos, são merecidas, mas não fazem o brilho de Jorge Amado ser maior ou menor, pois o brilho deste leonino destinado ao sucesso é eterno! (Valdeck Almeida de Jesus - jornalista, escritor, poeta e ativista cultural - www.galinhapulando.com).

7 comentários:

  1. Capitães de Areia de Jorge amado é o que existe de mais interessante na literatura nacional.
    Sugiro sua leitura como forma de compreensão da extraordinária obra deste grande escritor itabunense.
    Pedro Fontes da Silva

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  2. Vasculhei sempre com ânsias a escrita de Jorge Amado que “idolatro” com carinho...
    tenho até uma pequena “novela” escrita ao jeito de “Gabriela Cravo e Canela”...
    onde me inspirei...
    guardo-a como um tesouro como fazia com as caricas da Sumol na minha infância... risadas...
    Belo Blog... obrigado.

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  3. Prezado amigo Val Cabral

    Quando li, por diversão, “Gabriela, Cravo e Canela” descobri que existia a verdadeira literatura brasileira com tempero de nosso povo, mais especificamente da Bahia, fato que me levou a ler com raro entusiasmo outras obras de Jorge Amado, como Terras do Sem Fim, Os Pastores da Noite, Quincas Berro Dágua, Seara Vermelha, e tantos outros, e se mais houvesse mais eu leria, pois Jorge Amado fez a Bahia tornar-se uma usina de letras encantadoras, e ao mesmo tempo fortes, para um mundo que ainda desconhecia os valores da literatura brasileira, e dela encantou-se. De Jorge Amado, ficaram seus personagens envolvidos em narrativas que retratavam uma época que, graças ao seu talento, será sempre atual. Assim, ao admirado Jorge, falo com meus olhos marejados num preito de saudades, sentado junto a uma mesa no Bar Vesúvio do Nacib, saboreando um copo de cerveja e apreciando os dotes da provocante Gabriela.

    Paulo do Pontalzinho
    paupont@bol.com.br

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  4. Comparado com Erico Verissimo, com Raquel de Queiróz ou com Ligya Fagundes Teles, Jorge Amado é apenas um bom datilógrafo, que soube se promover como ninguém tanto nas letras como nas posições políticas. Como “comunista”, poderia bem ter começado a distribuição de terras repartindo entre os pobres o grande latifundio do pai dele. Augusto Correa

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  5. José Nunes30 agosto, 2011

    Jorge será, por nós que amamos o Brasil, sempre Amado. Pena que o poder público goste de esquecer nossos valores culturais. Como D. Pedro II faz falta.

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  6. Jorge Amado.
    Amado por todo mundo ficou as lenbraças e saudade daquele que escreveu...
    Nos encheu de alegria com suas estórias...
    Que sua alma tenha sido acolhida pelos anjos e que Deus continue confortando a familia e amigos... Renata Bomfim da Silva

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  7. Bom lembrar, a memória cultural desse país “emburrecido”, órfão cada vez de um ensino púbico digno, nossos governantes preocupados e comprometidos com interesses escusos distantes da coisa pública, comprometem despudorados o futuro. Já na ditadura nos impunham que este país, era a nação do futuro, o celeiro do mundo enquanto a educação a cultura ficavam amordaçados, estraçalhados, pela força das dragonas temerosas do inimigo “vermelho”. Jorge Amado escritor da alma do povo, deve ser lembrado e reverenciado apesar do nariz arrogante da “inteligencia” nacional, que sente horror do povo. Infelizmente os ares não batem a favor a nossa literatura, da cultura. A banalização é geral na mídia fortalecendo o crescimento do grande exercito de “abestados” que manipulados não são verdadeiramente agentes e cidadão para transformar a soberania e nossa história.
    Elson A. Rodrigues

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