Prefeitura Itabuna

Câmara

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3 de agosto de 2011

AINDA NOS FALTAM CULTURA E AUTO-ESTIMA

Dizer que a cultura faz parte das prioridades brasileiras é utopia. Mas temos que admitir que muita coisa mudou nos últimos 20 anos. A começar por algumas políticas culturais que foram implantadas. Percebe-se que há uma preocupação no topo da pirâmide de criar e fazer funcionar equipamentos culturais. Não há dúvida também que a iniciativa privada passou a perceber a mobilização do setor. A mídia faz releituras da cultura popular de forma mais respeitosa. O bolso furado continua a ser uma realidade, mas a economia cultural enfronhou-se muito bem com a produção de cada região. O artesanato aparece. Vende. Mostra que é bom e autêntico. O que não aprendemos mesmo foi vender a nossa arte, como fazem outras regiões do Estados tão bem. Transformar o setor num produto de exportação. Agregar valor cultural as coisas, gente e manifestações da terra, para cantar ao mundo com todo orgulho. Mostrar o que somos com amor-próprio, sem achar o fruto do vizinho melhor que o nosso. A cultura precisa se associar. Agregar-se ao turismo ao desenvolvimento do sul da Bahia enquanto setor produtivo, não simplesmente institucional. Depois, há também necessidade de uma política única, de mão dupla, entre o governo, artistas e equipamentos culturais. Os atores desse setor precisam falar a mesma língua. Não ser apenas um eco de crítica nem da torcida pelo fracasso de ninguém. Somos afinal do mesmo time. Somos baianos. Não sei se alguém já parou para pensar, mas sempre achamos que somos piores em tudo. Basta qualquer estatística aparecer que no outro dia estamos carregando a cruz nos ombros. Temos as mais belas praias da Bahia. Então alguém aparece e complementa: – Pena que são poluídas! Há até os que, gentilmente, avisa ao turista: – Olhe doutor não tome banho aqui que é poluído. Paisagem linda! É não! É só cana, a mata atlântica foi devastada toda. Ah! O comércio é muito simpático! Mas não tem nada! O que se procura não acha. É muito fraco! Temos um Shopping, mas é pequeno. A segurança é um caos! E assim seguem as depreciações. Falamos tanto em cultura que imaginamos seja este o nosso maior patrimônio, mas não é. O maior patrimônio de uma terra é a sua gente. Nós, sulbaianos precisamos valorizar nossas próprias realizações e ter paixão pela nossa terra.

2 comentários:

  1. Somos um povo complicado de compreender a nossa própria importância quanto nação e quanto indivíduo.
    Sempre nos consideramos menores.
    Isso acaba fazendo com que as dificuldades sejam constantes em nossas vidas.
    Joselito Brito

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  2. Como dizia Arthur Schopenhauer: “Toda verdade passa por três estágios. Primeiro, ela é ridicularizada. Depois, ela é violentamente confrontada. Terceiro, ela é aceita como sendo óbvia.”
    Washington Reis

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