O personagem Pixote, do filme de Hector Babenco, e crianças com roupas sujas e rasgadas, perambulando pelas ruas, cheirando cola e dormindo nas calçadas da Praça da Sé, em São Paulo, ainda são as imagens predominantes para retratar os meninos de rua no Brasil. No entanto, mesmo sendo pouco divulgado, eles são numerosos também nos Estados Unidos e muitos acabam se envolvendo com o mercado da exploração sexual. Os chamados “fugitivos” saem de casa pelos mesmos motivos das crianças e adolescentes brasileiros – devido ao abuso sexual e todos os tipos de maus tratos dentro de casa. A dificuldade socioeconômica não é o principal fator que leva crianças e adolescentes para as ruas, mas, sim, os conflitos e agressões sofridos em casa. Apesar das diferenças culturais, as histórias de vida dos meninos de rua em Nova York e em São Paulo são muito semelhantes e a causa que os leva para as ruas é a mesma aqui e lá: a violência familiar. A pobreza leva muitas crianças e adolescentes ao trabalho informal, mas nem todas vão para as ruas. Hoje, existem ainda poucas estatísticas sobre o assunto, mas sabe-se que apenas 50% dos adolescentes que fogem para as ruas voltam depois de um ou dois anos, o restante segue vivendo em abrigos ou na própria rua.
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