Há muito é público e notório o quadro de enormes dificuldades sofridas pela previdência social no Brasil. O deficit previdenciário é uma realidade antiga e cada dia mais dramática. Por conta dessa situação trágica tornam-se ainda mais graves e revoltantes os recorrentes crimes das fraudes contra essa instituição nacional. A recente operação deflagrada pela Polícia Federal em Bahia, desmantelando um esquema de desvio fraudulento de recursos previdenciários, é mais uma comprovação do poder de fogo, organização e ousadia das quadrilhas especializadas nesse tipo de golpe. Naturalmente aos acusados não deva ser atiradas condenações antes da adequada manifestação da Justiça, devendo os inquéritos e processos competentes seguirem seu rumo, sem açodamentos nem muito menos sendo vítimas de manobras protelatórias. Mas merece ser elogiada a firmeza pelo qual as instituições responsáveis têm encaminhado as investigações e aplicado as medidas legais apropriadas a cada passo. Segundo as primeiras informações divulgadas pela Polícia Federal, os recursos públicos roubados via estas fraudes contra a previdência em Bahia são estimados em R$ 12 milhões. Uma rede complexa, envolvendo vários níveis de participação comporia a organização criminosa localizada e desbaratada pela operação batizada como “CID-F”. Buscando menos os holofotes da mídia, focando mais nos resultados práticos e privilegiando a discrição e precisão na divulgação das etapas da investigação, a Polícia Federal demonstra ter aprendido com as experiências recentes, onde o investimento na visibilidade produziu mais polêmicas que resultados. Mais uma atitude elogiável, amadurecida. Levar adiante este processo e redobrar a vigilância sobre esta recorrente modalidade de assalto aos cofres públicos são as medidas que se espera das autoridades. E, ao fim e ao cabo, espera-se também, e especialmente, a devolução aos cofres previdenciários os valores dele surrupiados. E que sirva de exemplo.
Val, vai comentar sobre a saida de Leopoldo do Hospital de Base?
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