A fila durante a madrugada lembra os tempos em que a Saúde Pública era regida pelo antigo Instituto Nacional de Previdência Social (INAPS). Muitos ficavam na fila e depois vendiam a vaga. No Centro de Referência Júlio Brito, ainda não se tem informação dessa prática, mas para conseguir uma ficha de consulta as pessoas estão chegando cada vez mais cedo. São 16 fichas para procedimentos odontológicos e para assegurar o atendimento só chegando na noite anterior, já que o dentista só atende duas vezes na semana e a precariedade é tanta que somente extrações e serviços de limpeza bucal são feitos na rede pública de saúde de Itabuna. E nesta unidade médica é onde melhor se atende odontologia na cidade. Conseguir atendimento além das fichas distribuídas é considerado um verdadeiro milagre. Quem consegue não esconde a satisfação de ver o sacrifício assegurado. Para quem não consegue resta apenas lamentar e acordar ainda mais cedo para uma nova tentativa. No Posto de Saúde do bairro da Califórnia, a situação é tão ruim quanto em quase todos os demais postos de Itabuna. E as pessoas acabam sendo obrigadas a fazerem sacrifícios enormes para serem atendidas por um médico. É o que pretende fazer a dona de casa Maria Alves Lima, 48 anos. Ela chegou por volta da meia-noite, mas foi informada pelo guarda do posto de saúde que não conseguiria mais ficha médica. A dona de casa conta que esta foi a terceira vez que tentou conseguir uma consulta. “Se continuar assim, serei obrigada a dormir aqui para garantir a consulta”, reclama. Dona Maria queixa de uma forte dor na perna esquerda, por culpa de uma queda sofrida quando estava fazendo serviços domésticos. O aposentado Antonio Manoel Campos, 68 anos, fez um desabafo para a gente, “Como já conheço a precariedade da saúde em Itabuna vim para o posto cedo e por isso tive sorte de pegar uma ficha para o médico”. Antonio revela que veio pegar a ficha para a esposa que está doente e sempre desconfiou das propagandas que fazem da saúde no município. “O povo precisa saber que é tudo ilusão, a realidade é ficar em pé aqui a noite inteira para conseguir uma ficha de consulta”, denuncia. Se nas rodas de conversa a população comenta que para conseguir atendimento médico em Itabuna é preciso levantar cedo, essa informação chegou pela metade nos ouvidos da estudante Márcia Regina Santos. Ela chegou ao posto pouco depois das seis horas da manhã. ”Não me avisaram que precisaria chegar antes das quatro horas da manhã. “É uma verdadeira humilhação que nossos políticos nos submetem para conseguir o direito assegurado pela Constituição Federal que é o atendimento médico”, desabafa. E não adianta procurar o (ainda) secretário municipal de Saúde, Geraldo Magela, para reclamar sobre o assunto, já que o dito cujo só sabe propagar “conversa pra boi dormir” e desacreditar denuncias de que a saúde em Itabuna está submetida à condição péssima de gestão pública.
Val Cabral
ResponderExcluirInfelizmente o setor da saúde, no município, apresenta situações degradantes de um verdadeiro descaso e abandono total por parte do governo do Capitão Azevedo.
O governo não investe na saúde pública em Itabuna, na maioria dos casos, os governantes não têm discernimento e capacidade para gerir uma política onde a saúde que deveria ser a prioridade. SAÚDE mais adequada e digna para todos!!!! Lamentável!!! Não há grandes investimentos no setor.
Pelos altos impostos que pagamos a saúde deveria ser "NÍVEL DE PRIMEIRO MUNDO". O governo cuida apenas da consequência grave e imediata e não da causa... É fundamental uma política básica de saúde pública com investimentos em infraestruturas, atenção, respeito e dignidade ao setor que sobrevive os problemas e desgastes cotidiano.
Daniel Nogueira de Souza
A sociedade que utiliza o SUS não se organiza, pois é muito custoso para os pobres se organizarem. Na prática, o SUS não é universal, mas segmentado. Cerca de 20% das pessoas melhor posicionadas socialmente se retiram do sistema público e só voltam quando os tratamentos privados ficam mais caros.
ResponderExcluirMas a saúde pública não é ruim apenas em Itabuna e na Bahia.
Na maioria das cidades brasileiras a saúde é horrível.
Não é assim no mundo inteiro.
No Canadá e Reino Unido, o atendimento que o setor público oferece, o privado não pode fazer. São sistemas efetivamente suplementares e universais. Por exemplo, o sistema público do Canadá não oferece medicamentos ambulatoriais nem odontologia. Esses serviços estão no sistema privado.
O sistema segmentado está em crise. Nos EUA, que oferecem atendimento público apenas para pobres e idosos, o gasto com saúde é de 6,5 mil dólares per capita e não tem níveis melhores de saúde que o Canadá, que desembolsa 2,5 mil dólares per capita. Para se ter sistema segmentado, é preciso manter uma grande iniqüidade, que no Brasil é muito maior que nos EUA.
Otávio Borges da Silva
ESSE MAGELA MEXERA É UM PESO MORTO E NINGUÉM DEVE ESPERAR NADA DE POSITIVO DESSE PARASITA. MARCOS ANDRADE
ResponderExcluirPrezado Val Cabral
ResponderExcluirNos dias de hoje, pessoas que possuem uma condição financeira melhor estão procurando os planos de saúde e o sistema privado, pois a saúde pública nos municípios brasileiros encontra-se em estado de crise aguda. Em Itabuna o Hospital de Base só anda superlotado, nos postos médicos há falta de medicamentos e aparelhos quebrados, filas intermináveis para atendimento... prédios mal conservados são os principais problemas encontrados em postos de saúde da rede pública. A população mais afetada é aquela que depende deste atendimento médico, ou seja, as pessoas mais pobres.
Ronaldo de Freitas
XÔ GERALDO MAGELA... VC É UMA ABERRAÇÃO COMO SECRETÁRIO E COMO O PREFEITO É IRRESPONSÁVEL E NÃO O EXONERA AO BEM DOS SERVIÇOS PÚBLICOS, VOU TORCER PARA O MOSQUITO DA DENGUE PROVOCAR SUA FUGA IMEDIATA DE ITABUNA.
ResponderExcluirWILSON
Val Cabral, existe dinheiro suficiente para a saúde sim. É só ele ser bem gasto, por gente que sabe o que está fazendo, e mais importante, que cessem os ROUBOS perpetrados por gente como este Geraldo Magera e outras pessoas ao longo do trajeto entre a concessão das verbas e sua aplicação final. Há estimativas que a roubalheira e a corrupção em Itabuna são responsáveis pelo desvio de mais de 15 milhões de reais por ano
ResponderExcluirWashington Reis
O sistema de saúde pública no Brasil tem várias contradições: mais gastos e menos verbas; temos o dinheiro para comprar remédios, mas o sistema dificulta sua compra. Além disso, cresce o número de usuários do SUS e o governo, sem nenhuma idéia melhor, pretende aumentar os impostos. É preciso encontrar uma solução para os problemas da saúde no Brasil, sem que se transfira ainda mais para os contribuintes. Per fas et nefas, pelo justo e pelo injusto, quem sofre com esses impasses que os governantes não conseguem resolver é o povo.
ResponderExcluirRenata Almeida