Razões tiveram os habitantes de alguns bairros de Itabuna para abandonar suas casas quando do surgimento dos rumores sobre a iminência de fortes chuvas sobre a cidade. “Gato escaldado tem medo de água fria”, profetiza a filosofia popular. Este é um dos fatores pelos quais quem mora à beira do rio cachoeira e encostas tem medo: ainda sentem na pele as dores de enchentes anteriores. Caso medidas preventivas tivessem sido tomadas, e assim fossem percebidas pela população, os boatos teriam menos repercussão. Mas em que confiarão esses moradores frente a comentários sobre novas enchentes? Noutro lado da corda, as informações dão conta que poucos donativos têm sido recolhidos pelos órgãos competentes. Também neste caso é evidente o reflexo de falhas sentidas no passado. Assim, de uma forma ou de outra, manifestam-se os danos causados por falhas anteriores, a maioria delas recorrentes, diga-se de passagem. Felizmente, para os residentes em locais vulneráveis em Itabuna, a cheia que se espera para ontem era boato, mas o que garante o dia de hoje, e o amanhã. Na dúvida, o melhor é correr, pois defesas eficientes não foram construídas nem é certo o apoio pós-desastre. E as chuvas, conforme reza a Natureza, estão aí, aparecem em seu tempo certo, como sempre. Voltamos a bater na mesma tecla: Itabuna precisa de inovadoras políticas públicas (preventivas) na área da Defesa Civil. Apesar de ações específicas serem indispensáveis, nenhum avanço significativo será obtido sem uma estratégia comum, sem projetos de fôlego que envolvam municípios, Estado e governo federal. Rezemos para que as chuvas nos sejam condescendentes, pois continuamos sem nos prevenir.
É muito triste ver as pessoas desamparadas , ver suas casas alagadas e não poder fazer nada ... só lamentar.
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