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14 de maio de 2011

ADVOGADO QUE ENFRENTOU JUÍZA TEVE OAB CANCELADA

O advogado de Ilhéus que foi impedido pela juíza Cláudia Panetta de retirar cópias de um processo (direito do causídico), no dia 21 de janeiro deste ano, foi exonerado do cargo que exercia na Secretaria Estadual de Justiça e teve seu registro na Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) cancelado. O Bahia Notícias conversou com Sanzio Peixoto, protagonista do debate que teria terminado em ofensas por parte do marido da juíza, o também magistrado Valdir Viana, ao presidente Subseção da OAB de Itabuna, Andirley Nascimento – que foi ao local em defesa de Peixoto. Na ocasião, Andirley foi chamado de "papa-jaca" (apelido pejorativo usado por ilheenses contra o povo de Itabuna). O fato provocou uma moção de repúdio aos juízes assinada por cerca de 180 advogados. De acordo com os juízes, o processo não foi cedido porque Sânzio não tinha procuração para fazer carga e estava fora do horário de expediente. O acusado afirma que teve seu registro na OAB cancelado no dia 16 de fevereiro, sem que ao menos fosse instaurado processo administrativo ou dado a ele o direito de defesa. "Eu fui notificado somente após a publicação do cancelamento no Diário Oficial do Estado sem sequer saber os motivos”, acusou. No processo consta que ele exercia o cargo de coordenador do Núcleo de Direitos Humanos e Penas Alternativas da Secretaria de Justiça, o que seria incompatível à advocacia. Entretanto, ele afirma que a maioria dos coordenadores que exercem a mesma função no Estado é composta por advogados, inclusive a pessoa que assumiu o posto após sua exoneração. Sânzio acredita em retaliação por conta da publicidade que o fato tomou nos veículos de imprensa. “Mesmo que houvesse incompatibilidade, o presidente não poderia ter cancelado [o registro da OAB]. É um argumento completamente ilegal. O Estatuto da OAB não permite o cancelamento nessa hipótese”, insiste. O Bahia Notícias tentou contatar o presidente da OAB-BA, Saul Quadros, que se encontra em viagem. A assessoria da Ordem, informada sobre o assunto, respondeu que prefere esperar a chegada do presidente para se posicionar. “Estive em Salvador e conversei com Saul por três vezes e não consegui sequer cópia integral do meu processo de inscrição. Interpus um pedido de reconsideração e um recurso administrativo, que ainda não foi julgado. Ele alegou que o motivou da decisão foi um ofício do secretário de Justiça Almiro Sena”, explicou. No entanto, o ofício relatado por Saul – que o BN teve acesso – seria uma resposta a outro documento que teria partido da própria OAB. O advogado conseguiu uma liminar na Justiça Federal, no dia 6 de abril, que garantiu o seu direito ao exercício pleno da advocacia e determinou que a OAB publicasse a decisão no Diário Oficial do Estado. Mesmo assim, a determinação demorou quase um mês para ser cumprida pela Corregedoria Geral de Justiça, o que só aconteceu no dia 2 de maio. Durante esse período, de acordo com o advogado, ele teve o exercício da sua profissão prejudicado. (Felipe Campos – Bahia Notícia).

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