A civilização percorreu um longo caminho, de sofrimentos e de vitórias, até chegar, nos dias atuais, à consideração quase que unânime de que a democracia é o melhor sistema de gestão política para os povos. Na sua presença, os assuntos e as disputas são decididos no campo das idéias, em foros apropriados, com os poderes, Legislativo e Executivo sobremaneira, sendo delegados pelo povo, através do voto. O seu aprimoramento e seu avanço se dão na proporção direta da participação popular consciente, das liberdades de expressão e informação, da realização de embates amplos e clarificadores das idéias. É necessário para a tranqüilidade da democracia, que o bom senso fale mais alto, não menos igualmente a moral, a ética e a transparência. No sentido último, é um avanço para a democracia brasileira a existência de controles de gastos do Poder Executivo, caso do Siafi (Sistema Integrado de Administração Financeira do Governo Federal), com acesso público via internet, pelo qual os cidadãos podem depreender o destino dos impostos pagos pela sociedade. Por outro lado, o recente aumento de mais de 61% nos subsídios dos membros do Legislativo federal (deputados e senadores) reacendeu uma discussão antiga no seio da sociedade brasileira: compensa-nos pagar o alto custo da nossa restabelecida democracia? O Congresso brasileiro é o mais caro por habitante no mundo. O gasto excessivo se repete nos legislativos estaduais e municipais. Se possuímos instrumentos de controle de gastos públicos, é importante conhecermos o quanto é despendido para o funcionamento e manutenção das atividades legislativas, com o Congresso Nacional, com as Assembléias e as Câmaras Municipais; qual parte dos recursos é destinada à sua própria operação e manutenção desses; se ocorrem desvios. Controlar os gastos públicos e zelar pela idoneidade na aplicação dos recursos disponíveis é uma das formas mais eficientes de inibição da corrupção e, no fim, do enfraquecimento da democracia. Entendemos nós que o montante despendido com nossos poderes Legislativo, Executivo e Judiciário, e suas instituições, não constitui em si "o custo da democracia" brasileira, mas apenas parte dele. O custo efetivo da democracia inclui os efeitos da ausência de uma cultura de "eterna vigilância" por parte dos cidadãos. De todo modo, a democracia, enquanto viabilizadora de liberdades e direitos, mesmo com os constrangimentos e arrependimentos a que nós, os cidadãos, somos reiteradamente submetidos pela política, vale a pena, custe ela o que custar.
Olá Val Cabral!
ResponderExcluirSou apaixonado pelo meu país!
“Para o legítimo sonhador não há sonho frustrado, mas sim sonho em curso” (Jefhcardoso)
Gostaria de lhe convidar para que comentasse a minha crônica “Hóstia sagrada e água benta”. Ok?
Jefhcardoso do http://jefhcardoso.blogspot.com
a democracia brasileira está precária, apenas de fachada, com a enorme diferença social que temos como podemos dizer que as classes menos favorecidas exercem direitos democráticos, não temos as nossas necessidades mais básicas como saúde, educação, alimentação, e emprego atendidas, como pode se considerar isso democracia, e sem falar que boa parte do nosso povo nem sabe o que é isso.
ResponderExcluirA democracia não significa igualdade entre todos como se cada pessoa fosse um clone do seu vizinho, mas de oportunidades, deveres e direitos iguais para todos, e neste caso estamos muito longe de viver numa democracia.
ResponderExcluirA democracia se faz de pequenas coisas, que no seu conjunto fazem com que a gente se sinta um cidadão digno de respeito, infelizmente a democracia brasileira está longe disso.
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