O presidente do PV, deputado José Luiz Penna (SP), acredita que, em política, silêncio vale ouro. Um dos assuntos que mais evita em conversas c
om jornalistas são polêmicas internas do partido. Nos últimos dias, porém, enfrentando artilharia pesada dentro do próprio PV. decidiu mudar. Nesta sexta-feira, 27, em conversa com o Estado, negou que esteja engessando a legenda, como o acusa o grupo dissidente capitaneado pela ex-senadora Marina Silva. Penna disse que defende, assim como a candidata derrotada na eleição presidencial, a reestruturação do PV, para torná-lo mais arejado e democrático. A divergência estaria apenas na definição dos prazos. "A maioria da direção achou mais ajuizado o prazo de um ano. Não se faz uma mudança dessas a toque de caixa, em seis meses", observou. "Não se mobilizam 240 mil filiados de uma hora para outra." A respeito da acusação de que tenta perpetuar-se na direção do partido, onde se encontra há 12 anos, disse que nunca enfrentou chapa concorrente. "O Michel Temer, do PMDB, teve seu poder renovado por mais dois anos. O Orestes Quércia mandou no partido em São Paulo enquanto foi vivo. Mas no PV não é assim", assinalou. O líder dos verdes não atacou diretamente Marina. Deixou transparecer, no entanto, que ela estaria sendo ingrata com o partido ao atacá-lo. Lembrou que a legenda mudou o texto de seu programa, incluindo uma cláusula sobre questões de consciência, para dar maior conforto à candidata, que é evangélica, em temas como parceria entre pessoas do mesmo sexo, legalização do aborto, descriminalização da maconha. Outra mudança feita a pedido de Marina foi a inclusão de um grupo de dez pessoas, indicadas por ela, na direção nacional da sigla. Pela sua avaliação, Marina também não teria o prestígio de que hoje desfruta na cena política se não fosse o partido. "O PV dá projeção a ela. Basta observar a exposição que tinha antes na mídia e a que passou a ter após ingressar no PV." Sobre a possibilidade de um racha com o afastamento da ex-senadora da sigla, observou: Vai representar um prejuízo político, porque fizemos um esforço grande para que adquirisse o prestígio que adquiriu. É um prejuízo grande." Penna também expôs uma dúvida, que já manifestou a colaboradores, sobre o acerto da decisão do PV de investir todas as fichas da eleição de 2010 na campanha para os cargos de presidente e governador. "O partido todo se jogou na eleição majoritária, em detrimento das eleições proporcionais, de ocupação de espaços parlamentares, como vinha fazendo. O número de filiados não cresceu muito, nem a bancada federal. Se foi um erro, a história dirá." Na sua avaliação, a crise atual deve ser encarada com naturalidade. "Estamos vivendo a crise do crescimento. É natural que se discorde de alguns encaminhamentos. Temos de ter paciência e razoabilidade para que se faça a agenda da transição." O melhor, segundo Penna, seria se o grupo de Marina respeitasse a decisão da direção nacional, que adiou a convenção para 2012. "Foram 29 votos contra 16. Não sei se a reação se deve ao fato de terem sido contrariados ou se existe algum interesse oculto nessa história."

As últimas declarações da Marina Silva tem revelado que o PV não é nada diferente dos demais partidos brasileiros.
ResponderExcluirA coisa funciona como uma Panelinha entre compadres, que fazem do partido uma empresa de grandes negócio$$$$$$$$$.
PV, PT, PSDB, DEM, PC DO B, PSB... SÃO TODOS FARINHA DO MESMO SACO.
A política partidária em algum momento deixa de ser democrática e atende aos interesses dos partidos e dos membros dos partidos. Um exemplo disso é a fidelidade partidária. O político passa a ser fiel à ideologia do partido e não atende, em primeiro plano. o eleitor. Se ela realmente fosse democrática deveria atender a ambos em igualdade de condições ou, em último caso, priorizar o eleitor.
ResponderExcluirO efeito disso sobre a cidade democrática pode ser uma discrepância entre o que o eleitor (cidadão) necessita e o que o político faz por ela, deixando a desejar. Afinal, se todos estão unidos em prol do partido em uma decisão que desagrada ao eleitor mas na visão de um chefe de Executivo é viável, determinado projeto ou medida será aprovado com prejuízo para o eleitor (cidadão).