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Câmara Itabuna

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28 de março de 2011

DEUS NÃO COBRA PEDÁGIO PARA SUA ENTRADA NO CÉU

É de fácil percepção observar nos discursos religiosos características de uma relação com Deus baseada em práticas meritórias, de tal forma que o agir divino é condicionado por aquilo que eu faço. Isso é chamado doutrina da retribuição, podendo ser encontrada até nas Sagradas Escrituras, e, ultimamente, tem ganhado força a principal de suas vertentes: a teologia da prosperidade. Benção-maldição, recompensa-castigo, felicidade-destruição: a justiça divina é realizada conforme as práticas terrenas. Certa vez uma pessoa disse: “se Deus não serve você, então para que serve esse Deus?”. O contexto de sua fala era justamente a súplica por bens materiais. Diante do fato, lembrei-me de Jó. Mesmo sendo justo, ele foi acometido de inúmeros sofrimentos. A afirmação tradicional de que o fiel é cumulado de prosperidade é pela experiência contradita. Então, o que dizer daqueles que são retos e, no entanto, sofrem? Teriam sido malditos por Deus? Fidelidade implica em retorno material? O sentido de bênção é de acordo com o que alcanço na minha vida terrena? Que pena! Onde iremos chegar? Quando se olha a relação com Deus como causa e efeito, e produz-se sobre isto um mecanismo retributivo, resulta que determinada ação gerará sempre uma conseqüência, e assim, inviabiliza outra forma do agir divino, como se Deus estivesse tendencioso a tomar uma atitude porque assim estava no esquema determinado por esse sistema. Pensar assim é deveras prejudicial, pois torna Deus limitado aos parâmetros humanos, buscando fundar-se em uma garantia de que Ele assim realizará o bem ou mesmo o mal. Ao conhecermos Jesus Cristo, essa lógica cai por terra. A gratuidade divina exclui a ação meritória do homem ao se tratar de recompensa. Posso sofrer vários empecilhos, posso ser privado de bens materiais, e mesmo assim, ser repleto da benção de Nosso Senhor em minha vida. É claro que preciso cooperar com o projeto de Salvação para a minha vida, mas eu não posso manipular Deus às minhas vontades, baseando minha relação com ele numa troca constante de atitudes com fins previamente determinados. Quando Deus se torna “livre” em seu agir comigo, meu relacionamento com Ele muda. Aí sim, poderei ter uma relação como seu servo ou como Cristo afirmou, seu amigo. E, por conseguinte, será baseada na gratuidade.

2 comentários:

  1. O pior é que existem muitos estupidos que enriquecem os Edis Macedo da Vida e se enganam que com isso vão herdar o reino dos céus.
    Só fazem papel de tolos.

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  2. José Carlos Ribeiro31 março, 2011

    "AÍ DOS SABIDOS, SE NÃO EXISTENCEM OS BESTAS"

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