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2 de novembro de 2010

É PRECISO SABER VIVER... E MORRER!

Hoje, dia 2 de novembro, celebramos o Dia de Finados. Esta data nos coloca diante de uma realidade incômoda, misteriosa, e que desafia a humanidade há milênios: a morte. Somos seres interessantes. Experimentamos a finitude, mas vivemos como se fôssemos infinitos. Por mais conscientes que sejamos de nosso fim, planejamos nossa vida, como se ela fosse eterna. Inconscientemente, não registramos esse dado chamado morte. Por isso, é preciso aprender a morrer, não somente da nossa morte física, que é última e maior de todas as mortes. Em outras palavras: é necessário compreender que viver de verdade é deixar-se morrer; viver é encerrar ciclos, iniciar novas etapas. Se queremos ser o adulto responsável, devemos matar o adolescente egoísta que vive em nós. Se queremos ser o casado, pai ou mãe de família responsável, é preciso matar em nós o solteiro descompromissado. Enfim, nascemos para algumas coisas e morremos para outras constantemente. Jesus, falando aos seus discípulos, disse que quem desejasse segui-lo deveria deixar pai e mãe, e que era preciso assumir a cruz de cada dia, renunciando a si mesmo. Ele não nos propôs evitar a morte. Pelo contrário, quem quer ter a vida verdadeira, conforme a proposta do Evangelho, deve morrer, deve partir, sair da comodidade de uma vida sem desafios, superar fases, perdas, para nascer uma homem mais maduro. A experiência da morte física, da morte final, dependerá da maneira como experimentamos as perdas diárias, como assumimos as escolhas que fazemos, como renunciamos em favor daqueles que amamos. Aqui vale o conhecido ditado: tal vida, tal morte. E referindo-se à morte final, Jesus também nos apontou o caminho. Ele venceu a morte física e nos deu o dinamismo que nos garante ressuscitar também: o seu Espírito Santo. Assim como ressuscitamos a cada dia, no final da caminhada também nasceremos para a eternidade. Essa é a esperança dos cristãos. Há uma famosa composição da imbatível dupla Erasmo Carlos e Roberto Carlos intitulada “É preciso saber viver”. Nela, a letra chama atenção para aqueles que esperam que a vida seja feita de ilusão, pois poderão ficar malucos ou morrerem na solidão; e que é, portanto, preciso saber viver, fazer escolhas entre o bem e o mal. Parafraseando esta composição, é preciso saber morrer, pois a vida é real, desafia-nos, não é feita de ilusões. Quem descobre a morte diária, vive na esperança da ressurreição final.

2 comentários:

  1. Neste dia de finados eu sinto uma dor enorme no peito.
    Lembro de um grande amor que perdi e que ainda vivi em mimha memória.
    Já se passaram mais de 10 anos e a dor da sua falta de dói bastante.
    Este é um dia muito infeliz para mim!
    Leonardo

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  2. Um otimo texto pra se ler! gostei...
    Célia H.

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