RUAS TEM SE TORNADO BANHEIROS DE ANIMAIS DOMÉSTICOS

Fezes de animais nas vias públicas itabunenses causam transtornos diários aos transeuntes. Contudo, o Município possui código que regulamenta a questão, prevendo multa aos donos de cachorros que não recolhem os dejetos dos seus animais. Na prática, faltam fiscais para a execução do artigo 169 da lei 2.030, que data de 5 de julho de 2007. Talvez por isso, pouca gente saiba da sua existência. “A população tem o que a gente chama de posse responsável, essa obrigação de levar o saquinho para recolher as fezes do seu bicho”, explicou Samir Hage, veterinário do Centro de Zoonoses de Itabuna. O cheiro desses detritos incomoda, o aspecto visual é desagradável, sem falar dos riscos à saúde que eles podem representar. A larva migrans cutânea, popularmente conhecida como bicho geográfico, é a mais comum doença transmitida por dejetos de cães contaminados. Em cachorros e felinos o verme se aloja no intestino. Já no caso dos humanos, como eles não conseguem fazer o mesmo, deslocam-se sob a pele deixando marcas que formam uma espécie de caminho, provocando muita coceira por onde passam. Mesmo sem representar sérios danos à vida da pessoa contaminada, um médico deverá ser procurado para tratar o problema. Segundo o veterinário, até quando as fezes dos animais são desintegradas pelas chuvas, há risco de contágio, pois os ovos do verme continuam sobrevivendo. A contaminação humana é muito simples, basta apenas um contato com a pele. Para isso, não é preciso de uma ferida, abertura para acesso, através do toque em tecidos epiteliais sadios também pode acontecer. E no que diz respeito às enfermidades mais comuns entre os gatos, a toxoplasmose ganha destaque. A doença é adquirida por via oral, assim, os cuidados maiores são dirigidos às crianças, que costumam levar com freqüência a mão até a boca. Ao brincar em parquinhos e praças, podem ter contato com areia contaminada e deste modo, correr riscos. É importante lavar as mãos. Essa patologia é mais séria do que a do bicho geográfico, podendo acarretar problemas neurológicos. Samir Hage recomenda que cães e gatos sejam levados com regularidade a um veterinário, com intervalos temporais entre três ou seis meses. Porque assim, seria possível monitorar a saúde do bichinho, e prevenir o desenvolvimento de doenças. Uma vez doentes eles podem apresentar sintomas como falta de apetite. Somente através do exame de fezes é possível identificar verminoses no animal. Mesmo que o bicho esteja saudável, o seu dono continua com a obrigação de recolher os dejetos. Esse ato de simples educação resulta em condições mais adequadas a higiene, não somente da cidade, como também pessoal. Pois acidentes em que o pedestre ou cadeirante tropeça em detritos assim, sempre podem acontecer. Levando fragmentos das fezes para suas residências, as pessoas contaminam o ambiente particular além das vias públicas. Ainda que não exista a fiscalização adequada, há uma lei que regulamenta este cenário. E o seu infrator pode chegar a pagar uma multa com valor aproximado de R$16,00. Sai bem mais caro do que um saquinho plástico e um sabonete para lavar as mãos. A respeito dos animais que vivem soltos na rua é só fazer uma denúncia para o Centro de Zoonoses, que os bichinhos serão recolhidos pelos funcionários do órgão. Os telefones disponibilizados pela Prefeitura são: 3215-5666 e 3212-7766.