FUGA DE ACUSADO DA MORTE DE DELEGADO CONFIRMA DESPREPARO DA SEGURANÇA PÚBLICA

A fuga do traficante Reinaldo Valência, acusado de ter assassinado o delgado Clayton Leão, no último dia 26 de março, durante assalto em Camaçari, para o candidato do PMDB ao Governo do Estado, Geddel Vieira Lima, “é mais uma demonstração do despreparo do atual governo, na área de segurança pública”. Para ele, além de não conseguir dar uma resposta efetiva ao crescente aumento da criminalidade, o governo não consegue sequer manter preso quem já está na cadeia. “O acusado de matar um delegado foge do maior complexo de delegacias do Estado, com outros cinco criminosos, também de alta periculosidade. Se o governo não consegue manter na cadeia quem já foi preso, como é que pode garantir a nossa segurança?”, indagou. A fuga aconteceu na madrugada do último domingo (29), na Delegacia de Tóxicos e Entorpecentes, que com as delegacias de Homicídio e da Primeira Circunscrição, forma o Complexo localizado no Vale dos Barris, em Salvador. Na carceragem onde estavam Reinaldo Valência e os demais fugitivos, havia 82 presos, embora a capacidade máxima seja de 30 detentos. Para fugir, Reinaldo e os outros quatro traficantes cerraram a grade da cela e com uma corda feita por lençóis escalaram o muro do pátio interno. “A facilidade com que eles fugiram revela o que temos denunciado repetidas vezes: a desmotivação e a falta de capacitação técnica do efetivo policial, o número insuficiente de policiais e a inexistência de uma política efetiva de segurança pública, voltada para resolver problemas graves, como a superlotação nas cadeias e presídios”, ressalta Geddel. O candidato do PMDB lamentou que o autor “de um crime tão bárbaro, que causou comoção nacional, tenha sido tratado com tanto descuido pelo comando da Secretaria de Segurança Pública”. Segundo ele, delegacia não é o lugar adequado para se manter presos de tamanha periculosidade e lembrou que o próprio Complexo dos Barris, durante o atual governo, tem sido palco de sucessivas fugas e rebeliões e até uma invasão por homens fortemente armados, sem que qualquer providência seja tomada para melhorar as suas condições de funcionamento. Para Geddel, a Segurança Pública reflete a incapacidade de gestão do atual governo: “É inadmissível que delegacias continuem servindo como presídios. É inaceitável que 84 dividam uma cela onde só cabem 30. É incompreensível que apenas três ou quatro policiais sejam responsáveis pela segurança noturna de uma delegacia. E não dá para entender como, quatro anos depois, um governo não tenha tido tempo suficiente para resolver esses problemas”.