“TWITTAÇO” LEVA MARINA SILVA PARA A MARCA DE 100 MIL SEGUIDORES

O administrador Pedro Pongelupe, 24, teve a simples ideia de, através da internet, mobilizar mais pessoas a votarem em Marina Silva para Presidente da República. Pongelupe contentava-se em atingir apenas 15 pessoas, mas, ao disseminar a idéia na comunidade da candidata no Orkut, mais internautas aderiram a causa. Nesta terça-feira, centenas de apoiadores realizaram um “twittaço” e, através da hashtag #EuVotoMarina, explicaram porque votarão na candidata no pleito deste ano. Depois que a própria Marina comentou o assunto no microblog e “retweetou” uma seguidora, na segunda-feira, logo os organizadores do panelaço virtual atingiram seu objetivo — nove horas antes do horário combinado, 12h, conseguiram colocar “Marina Silva” entre os assuntos mais comentados no Twitter. Durante todo o dia, a presidenciável fez questão de acompanhar o movimento, “retweetando” mais seguidores. Às 18h, concentrou-se na lan house Cyber Games, na Rua Augusta, em São Paulo e agradeceu aos internautas. “Muito obrigada por suas militâncias no mundo virtual estarem fazendo a diferença na política no mundo real”, twittou. A cantora Adriana Calcanhoto também participou do movimento e, além de defender as propostas da candidata do PV, ainda explicou porque votará em Marina. “eu voto marina porque ela é ética, transparente, corajosa, determinada, de alma elegante. Marina pode mudar o mundo, vamos com ela!”. 100 MIL SEGUIDORES – Às 18h, horário marcado para a intensificação do “twittaço”, “Marina Silva” chegou a alcançar o 5º lugar nos Trending Topics e atingou a marca de 100.600 mil seguidores. Antes da manifestação, ela reunia cerca de 99.200 “followers”. Para o consultor de mídias sociais, Tarcízio Silva, o movimento servirá de referência para as próximas eleições. “Apesar das campanhas políticas online possuírem uma história muito mais antiga do que a campanha de Obama em 2008, é esta que vai marcar o Brasil neste sentido, devido ao contexto (uso disseminado de mídias sociais), à referência (campanha de Obama, amplamente analisada e divulgada) e à legislação”, avalia. Silva pontuou ainda a participação dos profissionais de marketing político, mesmo em manifestações espontâneas, como a desta terça. “Na internet já se utilizam de fakes, por exemplo, para engrossar o número de menções positivas ao candidato, fator-chave em ações como esta visando o Trending Topics do Twitter. Mas este papel também pode ser visto, é claro, de forma estritamente positiva, afinal, as equipes de marketing político dos candidatos nesta eleição já trabalham faz tempo com produção, disponibilização e otimização de conteúdo e material para que os partidários possam agir da melhor forma”, pondera. EFEITOS – Ainda é muito cedo para dizer se o “twittaço” surtirá efeito direto no dia 3 de outubro, mas, de acordo com Tarcízio Silva, o resultado já é positivo pelo alcance gerado e pela participação do eleitorado. “Em relação aos partidários já decididos, esse tipo de mobilização traz sensação de engajamento e benefícios de conforto social e psicológico presentes ao se fazer parte de um grupo ativo. E esse tipo de mobilização engajada favorece as ações em canais e ambientes múltiplos, tanto na internet quanto nos ambientes offline”, completa. (Larissa Oliveira)