Convenhamos: há pais e mães ruins. Ninguém gostaria de tê-los, pouquíssimos adimitem tê-los, mas é a realidade. O fato de gerar uma criatura não torna automaticamente seus pais pessoas melhores do que eram antes. É preciso lembrar que pais e mães são pessoas, exatamente como seu vizinho, seu colega de trabalho e seu inimigo. Pessoas. É do ser humano a tendência a evoluir, a individuar-se, a refletir e conscientizar-se, assim como a de estar sempre voltado para algo melhor. Mas é também do humano uma certa “preguiça” para encarar isso. Evoluir custa esforço, significa às vezes quebrar a cara, é questionar-se, arriscar, poder sentir-se inseguro e etc. É das pessoas evitarem o desconforto, logo tendem a contornar o “exame de consciência” indispensável para evoluir. Além disso e infelizmente, é também das pessoas se aproveitarem dos lugares de poder de que gozam: quanto menos são vistas, encaradas e vigiadas mais o ladinho malandro, egoísta e mesquinho, predomina. Menos consciência. Igual a mais malandragem; é uma lei infalível. É bastante fácil encantar-se com um bebê assim que nasce. Ele é pequeno e fofo, é uma novidade e sorri como um anjo. Mas ele também berra e dá muito trabalho. Devemos agradecer ao instinto que faz com que apesar de tudo uma pessoa cuide de alguém tão vulnerável e inteiramente à sua mercê. Uma mãe pode-se apaixonar pelo bebê-boneca e encontrar nisso uma fonte de sentido na vida, pelo menos momentânea. Entre os homens, muitos são ainda os que não conseguem se vincular a uma criança tão pequena e inclusive podem sentir ciúmes da atenção que ela exige da mãe. Um bebê não necessariamente conquista um homem adulto, quando geralmente seduz uma mulher. A fase bebê passa e essas crianças revelam-se pessoas, novas pessoas com as quais seus pais precisam aprender a lidar. Como todas as relações, a pais-filhos também demanda dedicação, atenção, tempo, disponibilidade e questionamento. Mas se um adulto pode nos dar limites, discordar e enfrentar, o que pode uma criança? Por isso, quantas vezes não é mais fácil mandar calar a boca? Dar um brinquedo? Ignorar? Manipular a conversa, inventar desculpas, desconversar? Não existem pais e mães perfeitos, mas existem pais e mães ruins. São aquelas pessoas que não são capazes (porque não têm as condições psicológicas e/ou porque não estão a fim) de abrir-se, envolver-se, sacrificar-se e dedicar-se. Não sabem amar como todo filho e filha precisaria de ser amado. Não souberam e pouco fizeram para dar aquele apoio, aquele ímpeto para permitir ao filho pegar o vôo. São as pessoas que perderam-se em seus próprios labirintos e não tiveram o gesto de olhar para o outro, seu filho É preciso libertar-se da mística da maternidade e da paternidade. Há pessoas na vida que nos fazem melhor do que nossos próprios pais. Há mulheres e maridos que inventam mil e uma artimanhas para esconder a falha abissal, escancarada, do outro genitor e “proteger” os filhos da verdade. Para quê? Quem ganha com isso? Sinceramente, quantas pessoas cada um conhece que passa décadas tentando libertar-se de algum trauma ou complexo relacionado ao pai ou à mãe? Demora séculos para acordar e reconhecer os fatos e isso porque na origem há um mito duro de morrer. Vivemos no sentimentalismo mítico, barato e totalmente inverídico, do pai e da mãe como se fossem o Papai e a Mamãe do Céu. Perfeitos, bonzinhos e generosos. Mentira. Se é verdade que pai e mãe representam algo maiores do que eles, logo temos mais uma razão para não tentar identificar à força um ideal com a pessoa concreta. Desta forma, fechamos o caminho para encontrar os modelos interiores positivos. O resultado é que as relações pais-filhos muitas vezes são as mais neuróticas e doloridas que uma pessoa leva adiante na vida, e, infelizmente para ela, muitas vezes são reproduzidas no seio de sua própria família. Novamente escondendo e escondendo-se a verdade. A biologia não faz a cultura, nem modifica a psicologia. Qualquer animal pode ser pai e mãe, é do corpo, não precisa de intenção nem de consciência. A natureza faz tudo por si própria. Outra coisa, e muito mais complicada é ser mãe e pai de verdade, adultos responsáveis com valores e coração. Para isso é preciso ter a matéria prima: pessoas dispostas a crescer, se trabalhar e mudar. Pessoas disponíveis à consciência.
Seria muito bom, se todas as pessoas antes de colocar um filho no mundo, tivesse a consciencia do quer isso significa! e tanto pscicologicamente como financeiramente. Porque crianças sem futuro nesse paìs ja tem demais... Eu cheguei aos meus 30 anos e continuo mim pergutando se tenho realmente condiçoes pra da um passo desse, eu tenho consciencia da responsabilidade que é por uma criança no mundo e por isso ainda nao tenho um(a) e nao tenho certeza se quero, embora! eu adore criança.
ResponderExcluirEssa vai para geraldo simões: seus excrementos, seu suor, sua urina e outras coisas não podem mais se limparem bem, sobretudo, sua ficha suja na Justiça. Vc vai viver com esta mancha. E quando entrares em estagnação biológica, com certeza ficará podre e servirá de alimento aos vermes. Nisto vc poderá ter alguma utilidade neste plano terrestre... vc não passa de uma alma enlameada e suja.
ResponderExcluirJosué Rodrigues
A educação familiar é justamente para tornar seres humanos em cidadãos.
ResponderExcluirAtonio Almeida
Val Cabral o momento é d pais, filhos e escola dar-se as mãos. a moçada precisa de nossa rientação. Sei que isso vai ser de grande utilidade.
ResponderExcluirRosângela
Olá Val Cabral
ResponderExcluirParabésn por este seu blog.
Acesso ele todos os dias e sou seu fã.
José Carlos Badaró
BEM QUE GERALDO SIMÕES E SUA BRUACA JUSSARA FEITOSA PODERIAM LER ESTA POSTAGEM. ISSO IRIA AJUDAR BASTANTE ELES TEREM MAIOR CONSCIÊNCIA DO QUE SEJA SER PAIS E COMO EDUCAR MELHOR SEUS PESTINHAS.
ResponderExcluirTelma Pereira
Pais ruins fazem filhos piores!
ResponderExcluirUm é efeito desastroso do outro.
Jorge Sales
Quem não ouve conselho, ouve coiado. Aprendi isso bem cedo. Sandra
ResponderExcluirVal Cabral
ResponderExcluirÉ necessário que haja alerta sobre como pais tem educado seus filhos. A situação sai muito fácil do controle e estamos correndo o risco de termos toda uma geração envenenada, justamente por não haver bons exemplos no próprio lar. A cada dia que passa os "abastardos" e seus filhos pensam que podem fazer o que quiser com as pessoas e isto é um risco muito grande, pois os “abestalhados” podem vir a se rebelarem... e aí o “bicho vai pegar”!
Reinaldo Conrado da Silva
Os pais quando não prestam, espelham a causa de filhos impestáveis. Haroldo Monteiro da Silva
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