Prefeitura Itabuna

Câmara

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27 de abril de 2010

SOMENTE VENDO PARA CRER

Parece que somos como o personagem bíblico Tomé, o discípulos de Jesus que mesmo depois de ter ouvido as palavras preditas do Mestre sobre sua ressurreição, coloca-as em xeque, acredita apenas quando coloca o dedo, sente e vê. Cenas destruidoras estão à nossa porta diariamente e nas manchetes de noticiários, assim como as chocantes conseqüências das chuvas e deslizamentos no Rio de Janeiro, deixando mais de 200 mortes, sem considerar os incontáveis prejuízos. Parece que vivemos dia após dia como Tomé, sabendo das coisas, mas céticos. O que acontece no Rio há dias não é nenhuma novidade. Na verdade é o grande problema das cidades (brasileiras), políticos e pessoas: descaso total daqueles que são responsáveis pela fiscalização ou pelas construções desordenadas e em áreas de risco. Constroem sobre o lixo, ou permite-se que estes entupam os bueiros. Neste caso, ver para crer pode ser um caminho perigoso e as conseqüências cruéis. Um dia a casa (infelizmente) cai. Não é uma questão de moralismo, porque fatos desse tipo não acontecem pela primeira vez, são situações que se repetem década após década, ano após ano e, depois da tempestade (e destruição), esquecemos dos exemplos, conselhos e normas. Depois da destruição é um “Deus nos acuda”, desespero, insegurança, medo – este era também o contexto de Tomé e dos discípulos após a morte do Senhor. Haja bombeiros ou voluntários para revirar esses escombros e lama. Nessas situações, alguém para aliviar o fardo, tranqüilizar, é fundamental, mas não dando casa própria sobre o lixo ou em área de risco. Mesmo quando somos céticos e desatentos às sábias palavras, não somos abandonados e esquecidos; Jesus pode ser comparado a um bombeiro ou voluntário, disposto a virar os escombros de nossas vidas, tirar o lixo e enfrentar a morte a fim de nos resgatar. Enquanto a omissão mata, o interesse, o agir em favor, traz vida.

3 comentários:

  1. Lá nos EUA, há uma lei onde uma pessoa compra um terreno e ela pode contruir sua casa em, no máximo, 11% da área do terreno, justamente para permitir o escoamento das águas da chuva. Perceba que não existem enchentes por lá como as que ocorrem por aqui. Todas as que acontecem lá, sempre é causada por um rio que transborda e nunca por acúmulo de água. Já, aqui no Brasil, as casas costumam ser construídas uma literalmente colada na outra. Aí não tem água que escoa. Isso sem falar do lixo jogado nos canais que foram construídos para escoar as águas da chuva e as pessoas os transformaram em canais de esgoto. Claro, ainda tem o fato de que é moda até hoje construir casas em morros. Quando chove, a terra não aguenta o peso das casas, aí a bagaceira tá feita. Então é isso. Talves, a culpa não é só dos governantes, mas da própria população, que todo ano é avisado e nada fazem pra evitar!

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  2. Fiquei pensando: se as chuvas em 2010 fizeram tantos estragos na cidade, atingindo inclusive locais tranquilos, o que vai acontecer no futuro se o calor aumentar, devido ao aquecimento global, e houver a subida do nível dos oceanos?

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  3. Os efeitos do aquecimento global podem se agravar e serem terríveis para a qualidade de vida dos humanos e da natureza. As tragédias acontecidas no estado do Rio de Janeiro, que começaram em Angra dos Reis, no reveillon, e agora atingiram as cidades do Rio e Niterói, podem ser um prenúncio de coisas piores que vão acontecer no futuro, não muito distante.

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