"Já pedi muito alimento para sustentar todos eles e agora, em menos de um ano, este é o segundo filho que perco para o tráfico”. Este foi o depoimento emocionado da dona de casa Dilza Batista Santana, de 53 anos, enquanto contava a difícil trajetória percorrida para criar os 14 filhos, entre eles Adaílton Barbosa Santana, de 31 anos, morto a tiros na manhã de ontem. Desesperada ao receber a notícia da morte do filho, ocorrida às 07h30, na Avenida Geraldo Galo, em Sussuarana Velha, Dilza prometeu cuidar do neto de 7 anos que ficou órfão de pai e mãe. Usuário de drogas há mais de 10 anos, Adaílton, mas conhecido como “Daí ?, morava com a mãe e os irmãos em uma casa, próximo ao local do crime. Por volta das 7 horas, ele acordou e disse que iria à casa da namorada, identificada apenas como “Jô”, para tentar uma reconciliação, pois eles haviam se desentendido no dia anterior. “Eu ainda passei por ele e o vi saindo. Perguntei para onde estava indo e ele disse que ia ver a namorada. De repente só ouvi os tiros e, quando fui ver, ele estava morto”, contou a irmã, Andréia Batista, de 25 anos. Testemunhas afirmaram que Daí foi surpreendido por dois homens armados que chegaram atirando, fugindo logo em seguida. A angústia da mãe ao ver o filho morto no chão, com o corpo ensanguentado, emocionou familiares e vizinhos da vítima. Declarações de amor surgiram entre os gritos de inconformismo. “Oh meu Deus! Porque fizeram isso com meu filho? Daí, levanta que você é a minha paixão, meu filho. Não me deixe, por favor”, implorou a dona de casa. Entre as frases de dor, uma pro messa evidenciou que a luta daquela mulher não teria fim. “Não se preocupe, meu filho, que vou cuidar de Caíque como ninguém. Ele é meu neto e um pedaço seu que ficou pra mim”, prometeu. SOFRIMENTO E EXEMPLO DE MÃE: A família de dona Dilza é sustentada por uma pensão adquirida através do filho deficiente e da bolsa-família que recebe dos filhos menores e netos que ajuda a criar. Preocupada com os filhos, Dilza contou que sempre sofreu por causa das preocupações e da carga familiar que carregava. “Eu só dormia depois que esse menino chegava”, disse. Orgulhosa, ela contou as dificuldades que passou para criar os filhos, sozinha, e dos frequentes conselhos para que não entrassem para o mundo das drogas. “Meu marido está internado no Juliano Moreira e tenho uma filha depressiva em casa. Eu sou uma boa mãe, só que não aguento mais sofrer”, completou. Amparada pel os amigos e demais filhos, em meio à dor, a mãe ainda deixou um recado para outras que estão passando pela mesma situação que ela. “Se alguém tiver um filho usuário de drogas, eu peço que não o maltrate e nem dê as costas. Ame seu filho com toda a força, como eu fiz com o meu. Procure ajudá-lo e não dê desprezo, porque a morte é uma dor muito grande e cruel. Amo meus filhos, não importa o que sejam”, afirmou, e, enquanto segurava a mão da vizinha, murmurou que para ela “agora só resta fazer o papel de mãe e chorar”. (Daniela Pereira).
Perder um filho para o mundo das drogas é a mesma coisa que receber um tiro no coração.Qual a mãe que não ama seu filho, seja ele drogado ou bandido? Porém não se pode entender um governo que não dê prioridade à educação, que não respeite seus Conselhos Tutelares, deixando-os sem condições de trabalho, a exemplo do existente na nossa cidade. Sem acompanhamento adequado os drogados e suas famílias vão desaparecendo crivados de balas e de sofrimento.Pobres mães e infelizes drogados!
ResponderExcluirBoa noite! que coisa triste meu deus!!! so quem tem filho e esta passando por isso sabe, que dor é essa. Mas uma vez ha onde esta o governo desse paìs? ha onde esta o acompanhamento para usuarios de drogas? em paìses ha onde o governo assume a distribuiçao de drogas sobre controlle medico para viciados, nao ha esse problema e nem uma mae ver o seu filho morrer dessa forma sem poder ajudar!!! é triste demais...
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