Em sua sessão da última quarta-feira, 17/03, a Câmara Municipal de Itabuna foi palco de uma constrangedora demonstração de violação da liberdade de expressão, negando à Associação de Pequenos Agricultores de Ilhéus, Una e Buerarema uma prestação de esclarecimentos previamente autorizada sobre conflitos com supostos indígenas na região. Alegando que o regimento da casa “não permite a pessoas não residentes na cidade fazer uso da palavra”, a secretária parlamentar, acatando ordens superiores, negou ao líder de uma comissão presente com aproximadamente 15 pessoas, Luiz Henrique Uaquim da Silva, o direito de subir à tribuna e falar sobre as implicações de ordem econômica e social que irão impactar toda a sociedade regional caso aprovada a pretensão da FUNAI em demarcar 47.376 hectares de terras legalmente ocupadas. O presidente da associação que representa oficialmente os agricultores exibe ofícios datados de 9 e 16/03/2010 solicitando ao Presidente da Câmara, vereador Clóvis Loiola, a sua inscrição para relatar os impactos socioeconômicos que a perda das pequenas propriedades rurais acarretará, reduzindo o abastecimento e fazendo com que colonos migrem para a periferia da cidade e aumentem seus bolsões de pobreza. Segundo Uaquim da Silva, “a Câmara acenou positivamente para o nosso pedido, tanto que viajamos de nossas roças para Itabuna na certeza de que seríamos ouvidos; porém, lá chegando no horário combinado, por volta de 15h00, fomos surpreendidos – e diria até humilhados – com a negação taxativa para o uso da palavra que nos havia sido concedida”. Uaquim lembra ainda que a Associação dos Pequenos Agricultores foi tratada e ouvida com total consideração nas Assembléias Legislativas de Brasília e de Salvador, além de ter sido recebida anteriormente pelo prefeito de Itabuna, Capitão Azevedo. “Agora chega aqui no Poder Legislativo e nos fazem passar por esse vexame, é lamentável”, protesta o representante dos pequenos agricultores.
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