De todas as imagens veiculadas pela televisão brasileira sobre o terremoto no Haiti, uma em especial me chamou atenção. Nove dias após a tragédia, um menino de aproximadamente seis anos de idade foi resgatado dos escombros com vida. Ao ser retirado pelos bombeiros, o menino abriu os braços e sorriu para o céu. Naquele momento ele nasceu novamente. Infelizmente, milhares de pessoas não tiveram a mesma sorte. Até hoje não se tem noção do número de vítimas fatais da tragédia, mas já se sabe que foi algo sem precedentes. A cidade de Porto Príncipe está completamente destruída e centenas de famílias estão morando nas ruas, a céu aberto, convivendo com o lixo e com os escombros que ainda encobrem muitos corpos e, quem sabe, alguns sobreviventes. A ajuda humanitária, vinda de vários países, é essencial neste momento, sobretudo porque se concretiza através de atendimento médico e do fornecimento de alimentos e água. No entanto, a ajuda não vem sozinha. Ao lado dela estão os militares armados que, diante de um cenário de devastação semelhante ao de uma guerra, tratam os haitianos como inimigos. Absurdamente, civis foram mortos em confronto com os militares porque lutavam por comida. É certo que nada justifica um ato de violência, nem mesmo a fome. Porém, não se pode deixar de ponderar a situação de desespero pela qual passam aquelas pessoas que hoje reproduzem o que se pode identificar como guerra de todos contra todos. É a sobrevivência que está em questão. Portanto, não é correto tratá-los como delinquentes. Mesmo em um espaço órfão de governo como está o Haiti hoje, tentar conter o furor dos sobreviventes famintos com ar mas de munição letal é medida desproporcional e equivocada, que leva a resultados desastrosos. Não se pode perder de vista que a catástrofe que arrasou o Haiti atingiu um povo já muito sofrido pela miséria, fome, tráfico de órgãos e de pessoas, entre outras coisas. Que venha a ajuda humanitária, sim, mas que ao lado dela venha também o reconhecimento da dignidade inerente a cada uma daquelas pessoas que, tal qual o menino renascido dos escombros, esperam um dia sorrir para a vida de braços abertos
O ano de 2010 já começou triste, primeiro as chuvas em Sao Luis do Paraitinga e em Angra dos Reis, agora um terremoto no Haiti. E o que mais pode piorar??
ResponderExcluirDe fato a situação do povo haitiano é muito, muito triste, há muitos anos, e agora muito pior. Mas o desejo de ajudar os que precisam, pode começar pelo povo sofrido das nossas periferias e favelas, do sertão, da Amazônia, cuja vida é crivada de abandono e sofrimento.
ResponderExcluirMediante a tal situação do povo do Haiti não há palavras que os conforte tanto como dizer nesse momento,que nunca desista dos seus sonhos e que com toda situação desfavorecida que sempre viveram não abandone suas esperanças,nunca me emocionei tanto com um povo que pra mim é desconnhecido,mas descobri que sou RICA por viver num país que mesmo com seus problemas temos liberdade e somos favorecidos,deixo minha humilde doação e a palavra que estarei orando para que Deus os ajude…
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