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27 de fevereiro de 2010

MULHER MORRE DE AVC APÓS DOIS DIAS À ESPERA DE ATENDIMENTO

Uma semana e a história se repete. Depois de dois dias na espera por transferência para UTI, Tereza Cristina da Silva Santos, 51 anos, também não resistiu às deficiências do sistema de saúde público baiano. A paciente deu entrada, na madrugada da última quinta-feira, na Unidade de Pronto-Atendimento de Plataforma (UPA), vítima de um acidente vascular cerebral (AVC) e morreu enquanto aguardava transferência para o Hospital do Recôncavo, em São Félix. Não muito diferente, exceto pela gravidade do quadro e os dias de peregrinação, da aposentada Elizete Aragão Ferreira, 86 anos, que no dia 21 de fevereiro também morreu à espera de uma vaga na UTI. O leito só surgiu em São Félix, após 40 dias migrando em diversos postos de saúde da capital. A idosa iniciou o quadro com um problema na vesícula e morreu com problemas renais. MUDANÇA: A inversão na rota da saúde da capital para o interior está atrapalhando o destino dos que lutam pela vida. No caso de dona Elizete, a transferência foi suspensa porque a Secretaria Estadual de Saúde (Sesab) constatou que a UTI em São Félix não teria como realizar hemodiálise. Já dona Tereza teve a transferência reavaliada pouco antes de morrer: segundo a Sesab, ela havia apresentado melhora Para os profissionais da UPA, parecia drama o desespero da filha da paciente de apenas 51 anos. Débora Silva Santos aguardava desesperada uma notícia positiva. “Minha mãe está com a pressão alta, usando uma sonda e chegou até aqui sem conseguir nem falar. Ela está lutando pela vida”, desabafou, poucas horas antes da morte da mãe. ESTRUTURA - A mulher de 25 anos era a única que tinha acesso ao leito da mãe. “A enfermeira já me falou para eu preparar todo o mundo que ela não passa de amanhã (hoje). Minha mãe cuspia sangue e não achei ninguém para me ajudar. Tenho que limpar sua boca o tempo todo, se não ela engasga”, contou Débora. A unidade tem apenas 12 leitos e dois médicos a cada turno.“Aqui é uma unidade 24 horas. Não temos estrutura para manter pacientes nesse estado. No entanto, já seguramos paciente aqui 60 dias”, explica a diretora geral do posto, Jaci de Carvalho. Com o ambiente bem movimentado, pacientes aguardando atendimento e todos os leitos ocupados, a diretora da unidade conta que chegam muitas vítimas de AVC e infarto à unidade e a maioria não resiste. “Trabalho aqui há nove anos e vejo o sofrimento dessas pessoas. O problema maior são os idosos, que chegam sempre em estado grave e não temos para onde transferir”, lamenta Jaci. A diretora vê a solução no Hospital do Subúrbio Ferroviário, previsto para ser entregue ainda este ano. O hospital é uma reivindicação antiga dos moradores da região. “Só temos dois postos de saúde no Subúrbio para atender uma população que só cresce a cada dia. É um caldeirão prestes a explodir”, completa. Mãe de quatro filhos, Tereza era uma mulher batalhadora. “Ela nunca parou. Cuidava da casa e dos filhos, pescava na maré e vendia milho para alimentar todo o mundo”, conta a irmã, Delza Silva Santos. Socorrida pelo sobrinho, dona Tereza deu entrada no hospital desmaiada. “Minha mãe começou a ficar com a boca torta, falou que tava tonta e caiu no chão. Ela veio pra cá porque não tinha jeito”, disse Débora. (Tatyanna Hayne).

4 comentários:

  1. A continuidade desse governo pode implicar num colapso absurdo nos serviços públicos de saúde, segurança e educação.

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  2. ENQUANTO ISSO O GOVERNADOR DA PONTE , TEM PLANO DE SAÚDE PARTICULAR.

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  3. Cadê a saúde,governador? Aqui em Itapetinga,cadê a UTI que o sr. prometeu? Enganador...voto branco esse ano!!Pra mim chega!

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  4. É triste e revoltante ler notícias como essas, uma vez que nós pagamos impostos altíssimos, os quais deveriam ser investidos em saúde, educação, segurança, ...., mas, não o são. E nós, ainda somos ludibriados pelos políticos os quais irão nos prometer saúde.

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