Não tem para ninguém: quando se pensa na Jamaica, em reggae e em filosofia rastafári, a primeira imagem que vem à cabeça, mesmo das que não ostentam estilosos dreadlocks, é a de Bob Marley. Morto em 1981, o cantor faria 65 anos hoje e o aniversário deve ser comemorado bem ao seu estilo em muitas partes do planeta. Bob Marley morreu aos 36 anos,em Miami, vítima de um câncer de pele, e foi enterrado com uma guitarra Gibson Les Paul, uma Bíblia, uma bola de futebol e, é claro, um pote de maconha. Como herança cultural, deixou dezenas de canções inesquecíveis como No woman, no cry (composta por Vicent Ford), Stir it up, Rebel music, Three little birds, Is this love e Concrete jungle. Graças a ele, as cores da bandeira da Jamaica se tornaram conhecidas em todo o planeta, sem falar que o seu rosto virou estampa para toda sorte de objetos. Coisas de mito pop. O legado foi além: desde então, o mundo assiste ao surgimento de uma grande quantidade de artistas influenciados pela sua música. BAHIA: Em Salvador, onde a cena regueira cresce cada vez mais, o aniversário do compositor é lembrado com carinho. Vocalista da Diamba, Duda ressalta a importância do rei do reggae: “Ele é meu ídolo maior, tudo mudou quando ouvi o álbum Kaya (1978) numa fita K-7 Basf 60. Depois, eu quis saber tudo dele. Bob Marley falava como um profeta e influencia até hoje o mundo inteiro, do Japão à batida samba-reggae Olodum”. O engajamento social e político das letras de Bob Marley foi fundamental para o surgimento de artistas de reggae na Bahia, sem contar que, em 1979, o mestre Gilberto Gil fez sucesso nacional com sua versão para No woman, no cry. O compacto de Não chores mais vendeu 750 mil cópias e foi importante para popularizar o ritmo jamaicano no país. Em Cachoeira, cidade histórica a 120km de Salvador, nasceram alguns dos principais do reggae baiano: Sine Calmon, Nengo Vieira e, sobretudo, o pioneiro Edson Gomes, conhecido em o todo o Brasil. A inspiração maior de todos? Bob Marley, claro. Depois de apresentações antológicas como a do cantor africano Alpha Blondy com Edson Gomes em 1996, no Costa Verde Tênis Clube, a capital baiana agora promove eventos anuais do gênero que sempre lotam. Entre eles,República do Reggae e Tributo a Bob. Bandas soteropolitanas como Diamba, Mosiah Roots e Adão Negro fazem shows em outros estados e, na Bahia, já dividiram o palco com atrações estrangeiras e nacionais de peso como Gregory Isaacs, Luycky Dube, Israel Vibration, U-Roy, S.O.J.A., Natiruts, Ponto de Equilíbrio e o grupo de rap paulista Racionais MC’s. Nas festas populares de Salvador, o reggae também conquistou seu lugar. O Carnaval absorveu o ritmo e, este ano, o bloco Trilogia do Reggae desfila para o folião pipoca na segunda-feira, no circuito Dodô, na Barra-Ondina, a partir das 16h, com os cantores Dionorina (na estrada desde os anos 80), Gilson e Jorge de Angélica. DOCUMENTÁRIO: Para celebrar o aniversário de Bob Marley, o canal pago Multishow (Net/Sky) exibe hoje, às 16h, o documentário inédito Bob Marley - freedom road. O filme reúne trechos de shows memoráveis e depoimentos de amigos, familiares e profissionais da indústria da música. Nos Estados Unidos, a família do artista comemorará a data com um ato de solidariedade: um evento beneficente numagaleriadearte vaiangariar fundos para ajudar as vítimas do terremoto que atingiu o Haiti no último dia 12. ORIGEM: Robert Nesta Marley nasceu em Saint Ann, interior da Jamaica, em 6 de fevereiro de 1945, filho de Norval Sinclair Marley - um militar branco, capitão do Exército inglês - e Cedella Booker, uma adolescente negra. Cedella e Norval se casaram um ano antes, mas no dia seguinte à união, Norval abandonou a companheira, embora tenha continuado a dar apoio financeiro para sua mulher e o pequeno Bob. Após a morte de Norval, em 1955, Marley e a mãe se mudaram para Trenchtown, uma favela de Kingston, onde ele era constantemente provocado pelos negros por ser mulato e ser baixinho. Na adolescência, ele conviveu com outros jovens também insatisfeitos com a condição social em que viviam, mas foi com Neville O’Riley Livingstone, o Bunny, que Bob Marley se iniciou na música. Os dois passavam horas ouvindo a soul music de Curtis Mayfield e Ray Charles. Os primeiros passos musicais do artista foram dados no ska, que surgiu no final dos anos 50 e combinava ritmos caribenhos com o R&B americano. As letras eram de denúncia da exploração sofrida pelas classe pobre. Era o início do reggae na vida daquele que se tornaria a lenda nº 1 do ritmo e o maior ídolo pop nascido fora dos EUA e da Europa. Por tudo isso, vida longa à memória de Bob Marley. (Mariana Paiva).
Sem dúvidas, Bob Marley foi um verdadeiro fenômeno, sua influência está no nosso dia-a-dia.
ResponderExcluirMuitas de suas frases podem parecer um pouco banal, mas com um uso sábio, podem se tornar as verdades que não gostamos de ver.
Eu não gosto das músicas dele, mas as frases dele são ótimas, sempre dá para ter um pensamento muito bom através delas!!
ResponderExcluir"A vida é para quem topa qualquer parada. Não para quem pára em qualquer topada"!!
"Há pessoas que amam o poder e outras que têm o poder de amar".
Sem dúvida, Bob Marley pode agora ser reconhecido como a figura mais importante da música do século 20. Mas nas últimas duas décadas desde que Bob Marley se foi, ficou claro que ele é, sem questionamento, uma das mais transcendentes figuras dos últimos cem anos.
ResponderExcluir