O líder do Partido Verde, deputado Edson Duarte (BA), criticou a parcialidade da composição dos expositores do Seminário "Código Florestal: Desenvolvimento e Defesa do Meio Ambiente" - em sua maioria ligados ao segmento ruralista -, que acontece na terça-feira, 23, na Câmara dos Deputados. Duarte se disse surpreso e estarrecido com a relação dos expositores do evento promovido pelo PCdoB, que tem um dos principais participantes o relator da Comissão Especial do Código Florestal, deputado Aldo Rebelo (SP). Ele estranhou a presença maciça dos segmentos mais aguerridos do agronegócio que apóiam as recorrentes tentativas de flexibilização da legislação ambiental no sentido de ampliar o desmatamento. O parlamentar ambientalista disse também que lamenta imensamente que o PV, por tudo aquilo que representa na defesa das questões ambientais, que tem em seus quadros no Parlamento dois ex-ministros do Meio Ambiente e que participa ativamente da Comissão Especial que trata do tema, sequer tenha sido convidado a participar do evento. "Se para discutir o Código Florestal o PC do B está convocando praticamente só ruralistas, não é de se estranhar que no próximo seminário se convide os ambientalistas para discutir a renegociação da dívida do setor rural", disse Edson Duarte. Na quarta-feira, 24, parlamentares da Frente Ambientalista da Câmara e entidades de defesa do meio ambiente se reúnem para discutir a situação do Código Florestal e as tentativas de desmonte da atual legislação. O seminário acontece durante todo o dia desta terça-feira, no auditório Freitas Nobre na Câmara dos Deputados.
MENTIRAS EM CAETITÉ E AQUI EM ILHÉUS
ResponderExcluirAssim como o governo cuida com tecnologia e segurança a INB em caetité, ele deverá usar com a BAMIM e seu minério de ferro que poderá vir contaminado de urânio aqui para a nossa região>
A ARMA DA PROPAGANDA BONITA DE CAETITÉ USADA PELA INB, FOI APRENDIDA PELA BAMIM E ESTÁ ACONTECENDO AQUI EM ILHÉUS. TODOS OS CANTOS DA CIDADE, A BAMIM É A SOLUÇÃO DO PROBLEMA. PENSEM NISSO.
O GOVERNO E A BAMIM ESTÃO POUCO SE LIXANDO COM A CONTAMINAÇÃO DO LENÇOL FREÁTICO DE CAETITÉ OU O DE ILHÉUS.
LEMBRA MUITO O DEPUTADO JUSTO VERRISMO . O POVO QUE SE EXPLODA...
TODOS DEVEM SABER DA VERDADE
Querida Tânia,
Agradecemos por estar sempre repercutindo as noticias referentes á mineraçâo de urânio em Caetité. Mas, sabemos que, para além dos releases oficiais, a realidade é bem outra. A crônica que reproduzimos abaixo do Prof. Fabiano Cotrim, do Instituto de Educaçâo Anísio Teixeira, da rede estadual de ensino de Caetité, nos permite um olhar sobre o que pensam e sentem as pessoas da regiâo.
Quinta-feira passada, a prefeitura de Caetité e a INB foram notificadas a suspender imediatamente o uso de água de três pontos que apresentaram radioatividade acima do permitido pelo Ministério da Saúde.
Ontem, em Caetité, ativistas do Greenpeace protestaram, em frente ao prédio da Secretaria Municipal de Recursos Hídricos, contra o descaso público frente ao consumo de água contaminada por radiação no município. A água radioativa pode levar ao desenvolvimento de diversos tipos de câncer, além de outras doenças. A denúncia de contaminação pelo Greenpeace, em 2008, foi agora, confirmada, mais uma vez, pelo Instituto de Gestão das Águas e Clima (Ingá) do Governo da Bahia.
O poço da comunidade de Barreiros (zona rural), aberto em 2007, fornece água a toda região. O Governo diz que 15 famílias usam a fonte. Mas o Greenpeace foi lá e constatou: além de continuar aberto, o poço é utilizado pelo dobro de famílias. Ali, o Inga detectou um índice de radioatividade de 0,3 bq/litro (Bq/litro - Bequerel por litro - unidade usada para mensurar a radioatividade). O máximo permitido pelo Ministério da Saúde é de 0,1 bq/litro. Segundo o Greenpeace, a INB não deu satisfação e a prefeitura nada fez pra impedir o acesso ao poço de Barreiros, nem forneceu água potável à população.
Os outros dois pontos onde o Inga detectou contaminação por urânio ficam na área interna da mina operada pela INB. Num poço, o índice de radioatividade, de 4,07 bq/ litro, está 40 vezes acima do que é permitido. No outro ponto contaminado, um tanque de acumulação de água, a radiotividade detectada foi de 0,23 bq/litro.
Ontem também, o Prof. Fabiano cunhou mais um lema revelador da aversâo à mineraçâo de urânio, que toma conta da regiâo.
Zori
O medo faz parte de nossas vidas
ResponderExcluirTerça, 26 de Janeiro de 2010 Por Fabiano Cotrim
Aviso aos amigos da INB em geral, e à própria INB: Nas linhas abaixo transcreverei, na íntegra, matéria veiculada no sítio do Jornal A Tarde, edição de quinta-feira, 21/01/2010, e acrescentarei, após cada parágrafo transcrito, algumas opiniões pessoais. As opiniões, aviso aos senhores todos, encontram guarida nos direitos de livre expressão e cidadania ainda insculpidos na nossa Constituição e serão grafadas em itálico, já a notícia publicada pelo jornal estará em negrito.
Prefeitura de Caetité, a 757 km de Salvador, deve suspender imediatamente o consumo de água em três pontos da cidade onde, segundo o Instituto de Gestão das Águas e Clima (INGÁ), foi detectada a presença de radioatividade alfa e beta acima do permitido pela portaria 518/04 de potabilidade de água do Ministério da Saúde. Além de ser obrigada a interromper a utilização da água do poço, a Prefeitura deve garantir o abastecimento alternativo de água para as famílias atingidas. O não cumprimento da notificação implica na aplicação das penalidades previstas na Lei 11.612/09 (Lei das Águas).
Não, caro leitor, esta não é uma notícia repetida. Digo isto por que em 27/11/2009, alerta semelhante foi disparado pelo mesmo INGÁ. Mas infelizmente não, essa não é uma notícia repetida. É nova, e continua...
O diretor de Regulação do INGÁ, Luiz Henrique Pinheiro, acentuou que a preocupação, neste caso, é que este poço usado pelas Indústrias Nucleares do Brasil (INB) contamine o aquífero (água subterrânea). "É preciso saber a extensão e profundidade deste aqüífero e da pluma de contaminação", afirmou.
Viram como é coisa nova? Em 27/11/2009, o INGÁ não falava tão taxativamente em contaminação do lençol freático. Agora, para nossa desgraça e temor, fala. Com todas as letras.
Notificado por fax junto com a Prefeitura na quarta-feira, o INB afirma, pela sua assessora de imprensa Helena Beltrão, que a contaminação dos poços não está relacionada com a exploração de urânio, mas sim com a formação geológica da região. Ainda segundo o INB, os poços perfurados no local seriam naturalmente contaminados com radioatividade, cabendo à prefeitura e ao Ingá exames regulares na água da região para detectar concentrações acima do permitido.
CONTINUA....
CONTINUAÇÃO.....
ResponderExcluirAqui, mais uma semelhança tétrica com a notícia do passado. A mesma atitude cínica tanto da Prefeitura quanto da INB. Não é nada, eles querem nos fazer acreditar. Não é nada... Ou você ouviu um pronunciamento oficial do Prefeito dando conta da sua preocupação, anunciando medidas preventivas, emergenciais? Ou você ouviu da INB algo mais sensato do que querer continuar tapando o sol com a peneira? Eu não ouvi. O que vejo é uma aproximação cada vez mais perigosa e deliberada, por parte da Prefeitura, com os ditos patrocínios da INB. Aliás, a empresa, nessa gestão, resolveu de vez nos inundar com publicidades em locais públicos, em eventos públicos, como se só bondade nos fizesse. E a Prefeitura, até aqui, vai cedendo ao canto mortal da seria, perigosamente...
Notificação - A notificação para a interrupção no abastecimento de água foi feita pelo INGÁ nesta quinta-feira, 21, em conjunto com a Secretaria de Saúde do Estado, após divulgação das análises nos pontos de coleta de água. Destes três, apenas o poço da Prefeitura do povoado Barreiro, da zona rural de Caetité, é utilizado para abastecimento humano com radioatividade alfa acima do limite permitido.
Notem bem. Abastecimento humano! Não importa quantas vidas estão sendo submetidas a esse perigo que só a INB, e ao que parece a Prefeitura, não querem enxergar, não querem que enxerguemos. São vidas humanas e isso é o bastante para que sejam adotadas providências definitivas. Mas não é o que percebemos, não é o que acontece, infelizmente...
O poço abastece cerca de 15 famílias desde 2007, com água armazenada em uma caixa d água. Os técnicos do INGÁ afirmaram que o índice de radioatividade alfa encontrado foi 0,30 bg/litro, quando o padrão é 0,1 bg por litro, de acordo com a portaria 518 do Ministério da Saúde. Já o padrão para radioatividade beta é 1,0 bg por litro.
Os outros dois pontos ficam no interior da INB e são utilizados para fins industriais. "São o poço 1, com índice de 4,07 bg/litro de radioatividade alfa e de 4,05 bg/litro para radioatividade beta; e a bacia de acumulação Joaquim Ramiro, também dentro da indústria, com 0,23 bg/litro alfa", destacou o diretor de Regulação do INGÁ, Luiz Henrique Pinheiro. "O poço 1 está em processo de análise de renovação de outorga, ou seja; autorização para uso da água", observou Pinheiro, antecipando que por conta deste resultado, o pedido de renovação não será aceito, pois o tanque de acumulação não é passível de outorga.
Nesse parágrafo os números chamam atenção, mais uma vez. A contaminação é gritantemente maior do que se pode conceber como inofensiva. A contaminação existe. E o que vai ser feito com os dejetos dessa tal bacia de acumulação que segundo o INGÁ não é passível de outorga? Onde, quando e de que modo eles serão descartados? E para onde vão, depois de utilizadas, as águas poderes do tal poço 1? Serão constantemente reaproveitadas, num ciclo perfeito e seguro, deve ser a resposta da INB. E você, acredita nisto? Esses são os fatos. Essa é a notícia que tem como fonte um órgão oficial do Governo do Estado. E apesar disto ainda somos obrigados a conviver com as placas da INB estrategicamente colocadas em locais públicos dizendo que “a segurança faz parte do nosso trabalho.” Você, ao ler notícias assim, se sente seguro? Da minha parte sugiro um slogan novo, esse para todo o povo caetiteense: “O medo faz parte das nossas vidas.”
• Prof. Fabiano Cotrim é caetiteense, diretor do Instituto de Educaçâo Anísio Teixeira, da rede estadual de ensino e exerce uma corajosa resistência à degradaçâo sócio ambiental da regiâo, especialmente aquela perpetrada pela INB.
Em 26 de janeiro de 2010
Caetité, BA: Agência Internacional de Energia Atômica e Cnem iniciam investigação sobre suspeita de radiação na água.
ResponderExcluirA Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) da Organização das Nações Unidas (ONU) e a Comissão Nacional de Energia Nuclear (Cnen) farão uma auditoria – de ontem (25) até o dia 3 de fevereiro – para verificar as instalações das Indústrias Nucleares do Brasil (INB) e a qualidade da água da região. O pedido de auditoria foi feito pela própria estatal que é acusada de contaminar com radioatividade parte da água consumida pela população da cidade baiana de Caetité.
O consumo de água em três pontos da cidade foi proibido após notificação do Instituto de Gestão das Águas e Clima (Ingá), entidade ligada à Secretaria de Saúde do estado, apontando índices de radioatividade superiores ao permitido pelo Ministério da Saúde.
Dois pontos estão localizados na sede da INB. O terceiro, um poço utilizado para abastecimento de 15 famílias, fica na prefeitura do povoado Barreiro, zona rural de Caetité.
Em resposta, a INB divulgou uma nota afirmando que “dois dos três poços notificados pelo Ingá estão dentro da unidade da INB e são utilizados somente para fins industriais”, e que o o poço de Barreiro “fica a seis quilômetros da mina de urânio, não sendo possível pelo caminho natural das águas ter tido contato com material proveniente da sua unidade de produção”.
A nota afirma, ainda, que pode ocorrer aumento das concentrações de urânio nas águas subterrâneas do município de Caetité, uma vez que existe uma grande reserva natural de urânio na região.
“Não é a primeira vez que esse tipo de denúncia é feito em Caetité. Em outras situações apresentaram inclusive dados falsos que não foram confirmados em análises posteriores”, disse hoje (25) à Agência Brasil o presidente do Cnen, Odair Dias Gonçalves, referindo-se a denúncias feitas em 2008.
No caso do poço de Barreiro, Gonçalves garante que “não há como a contaminação ter sido causada pela INB”. Ele explica que o curso da água passa primeiro na localidade e, só depois, na empresa, a caminho do mar.
“Caetité é uma região uranífera. Com isso, naturalmente, pode vir a apresentar, em alguns pontos, traços de água com índices de radioatividade mais altos. Isso é perfeitamente normal”, acrescentou.
Segundo ele, a população “não precisa se preocupar” porque a Cnem tem um programa usual de inspeção de postos. “De qualquer forma vamos medir novamente o índice de radioatividade desses pontos, mas sem partir do pressuposto de que os números [apresentados pelo Ingá] sejam verdadeiros”, disse Gonçalves.
O Ingá informou que Caetité é o município que apresenta maior índice de câncer de todo o estado da Bahia. Por meio da assessoria, o instituto disse não ter como afirmar, ainda, a origem da radiação, e que a ele cabe apenas notificar as autoridades de que a água não estaria própria para consumo.
Reportagem de Pedro Peduzzi, da Agência Brasil, publicada peloEcoDebate, 26/01/2010
Nota do EcoDebate: Sugerimos que leiam, ainda, as seguintes matérias:
Caetité, BA: Radioatividade suspende da coleta de água em três pontos de captação
Vazamento de solvente orgânico com urânio em Caetité, BA: INGA confirma, mas não revela detalhes da contaminação
Denúncia: Vazamento de 30 mil litros de concentrado de urânio em Caetité, BA
Mineração de urânio em Caetité/BA: os custos socioambientais da energia nuclear, artigo de Zoraide Vilasboas