Os acontecimentos deprimentes que sacudiram Brasília e o Distrito Federal mostrando mais uma vez como está generalizada no Brasil a prática da fraude eleitoral e da corrupção, voltaram a colocar na ordem do dia a necessidade da reforma política. Essa reforma, que aos poucos vai se convertendo em clamor nacional dos segmentos críticos da sociedade, encontra, todavia, um poderoso exército de inimigos. Esse exército de inimigos da lisura eleitoral e da lisura na prática institucional e política está entrincheirado nos poderes da República, porém com mais força nos gabinetes parlamentares do Congresso Nacional, onde é grande a resistência do fisiologismo -sobretudo na base do governo Lula- à mudança das regras de um jogo corporativo que já criou raízes profundas na vida republicana brasileira. Para virar esse jogo será preciso que a voz das ruas se faça ouvir e essa possibilidade existe uma vez que a democracia duramente conquistada no Brasil abre grandes espaços institucionais para que a pressão organizada da sociedade se faça sentir. Sei, no entanto, que diante do clima de apatia política e resignação das massas, clima que parece se eternizar em nosso país, muitos duvidarão dessa possibilidade em horizonte visível. Sou otimista nesse sentido, a partir de alguns fatos. O principal deles representado pelo distanciamento, a cada dia com contornos de abismo, que separa a complexidade crescente do Brasil, como sociedade em franco processo de amadurecimento, de uma cultura político-eleitoral atrasada, viciada, corporativa, corrupta e incompetente a ponto de comprometer seriamente a qualida de das respostas políticas que o Brasil precisa dar aos desafios que se antepõem ao seu desenvolvimento. É cada vez mais evidente que essa cultura política atrasada (e sua representação crescentemente ilegítima em função das práticas do voto comprado e da fraqueza e descaracterização dos partidos) não responde mais às necessidades do Brasil real. O país ficou grande demais para conviver com tamanho atraso do seu universo político. Um país moderno e civilizado exige uma representação política competente, de fortes convicções democráticas e profunda legitimidade, pois do contrário não poderá estar à altura da dinâmica social e econômica que ele próprio produziu. Daí a tendência a aumentar o contraste que irá opor mais e mais a consciência política nacional à essa herança maldita do fisiologismo ainda dominante, mas cada vez mais desnudo, mais desgastado e mais desmoralizado.
A corrupção é uma prática ilegal, embora muitas vezes frequente, sobretudo nas sociedades não-democráticas.
ResponderExcluirA prática da corrupção prejudica a maioria da população, principalmente os mais pobres, pois desvia recursos que poderiam ou deveriam ser aplicados em saúde, educação, melhoria dos transportes coletivos, habitação popular, etc.
ResponderExcluirA corrupção faz parte do sistema capitalismo sem ela esse modelo de desenvolvimento explode, foi o que aconteceu com o sistema financeiro internacional e acaba atingindo a todos de alguma forma, as pessoas preferem dar um dinheiro para o guarda a pagar multas. Aquele que nunca errou que jogue a primeira pedra.
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