Prefeitura Itabuna

Câmara

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24 de janeiro de 2010

BATALHA PELOS HOLOFOTES

Nas asas do modismo globalizado, as chamadas “Organizações Não-Governamentais” proliferaram de forma impressionante nas últimas duas décadas. E como toda onda arrasta consigo coisas de todo tipo, nem tudo é positivo na enxurrada de ONGs que varre o planeta. Os desserviços prestados pelo apetite das organizações deste tipo se manifestam, com certa dramaticidade, hoje, no Haiti destroçado. Uma das mais respeitadas publicações dedicadas à Medicina, a britânica The Lancet, despachou um contundente editorial aos problemas causados por grupos “de solidariedade” que pululam em meio às ruínas haitianas. The Lancet centra fogo nas “agências internacionais de ajuda”, avaliando e denunciando que “elas podem estar provocando mais danos do que benefícios no país”. Segundo o editorial da revista inglesa, muitas das ONGs em atuação no Haiti estariam “obcecadas demais com a cobertura da imprensa e com suas campanhas de marketing, e acabam em um clima de competição”. E prossegue, pondo mais fundo o dedo na ferida: “Muitas vezes, essas pessoas que vêm de fora caem de paraquedas em uma crise humana como a do Haiti sem saber nada daquele lugar e daquela situação”. Apesar da dramaticidade da situação no Haiti chamar mais a atenção, este mesmo problema – ou seja, a autopromoção e a defesa de interesses próprios sob a aura da “independência” – acontece em outros locais e sob as mais diferenciadas bandeiras (ambiental, social, cultural, política...). O mais importante, neste momento, é a conscientização de que essa voracidade conjugada com a proliferação desse tipo de organismo pode comprometer o meritório trabalho de instituições verdadeiramente independentes e essenciais ao exercício da cidadania a nível mundial (vide a emblemática Cruz Vermelha, por exemplo). Oportuna, esta crítica merece toda atenção.

3 comentários:

  1. Muitas das tais ONGs são grandes devoradoras de verbas públicas.Isso sim!

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  2. Deveria fechar todas as Ongs brasileiras que só servem para angariar fundos sem apresentarem nenhum resultado.

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  3. No meio dessa situação, tem muita gente se aproveitando da benevolência dos homens e mulheres de boa vontade... e criam ONG apenas para se locupletarem das boas intenções dos doadores.
    Haroldo Campos

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