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31 de dezembro de 2009

O CANDOMBLÉ NÃO FAZ O MAL

“Este não foi um ato praticado por adeptos do candomblé, mas, por uma pessoa com problemas mentais”, disse a ialorixá Mãe Stella de Oxóssi, 84 anos, manifestando-se contra os rumores de que o caso do garoto perfurado por várias agulhas pelo ex-padrasto, no município de Ibotirama (a 668 km de Salvador), teria relação com rituais praticados por religiões de matriz africana. “Querem denegrir a nossa crença”, lamentou. Duas semanas após o ocorrido, a ialorixá, que é uma das mais respeitadas autoridades do candomblé brasileiro, reuniu a imprensa baiana ontem pela manhã, na Casa de Xangô, no terreiro Ilê Axé Opô Afonjá, em São Gonçalo do Retiro, com intuito de prestar esclarecimentos à população, sobre as práticas do culto afro, ressaltando a não relação do ato criminoso com o candomblé. “Possivelmente, foi a única desculpa que ele encontrou para tentar justificar sua atitude, mas, quem olha para aquele homem percebe que ele é um louco, que não diz coisa com coisa. Eu, nos meus 84 anos, nunca ouvi falar sobre um caso como este, dentro do candomblé, não fazemos trabalhos para o mal”, garantiu a ialorixá. Durante a entrevista ela destacou ainda que mesmo que este ato tenha sido praticado por alguém com conhecimentos sobre o culto afro, “a atitude de perfurar uma pessoa com agulhas vai contra todos os dogmas da religião, que é direcionada para o bem, para a verdade e para o equilíbrio do homem e do universo”, disse Mãe Stella. O padrasto do menino, Roberto Carlos Magalhães, 30, confessou ter introduzido os objetos no enteado e disse, inicialmente, ter recebido ajuda de sua amante, Angelina Capistana Ribeiro dos Santos, 47, e a amiga Maria dos Anjos Nascimento, a “Bia”, que é conhecida na cidade como mãe-de-santo. Posteriormente o acusado voltou atrás, em seu depoimento e isentou “Bia”, que na última sexta-feira foi liberada da prisão temporária, por falta de provas que a incriminassem. A suspeita do envolvimento do padrasto foi levantada pela mãe do garoto, Maria Souza Santos, 38, ao afirmar que o filho não gostava de sair com Roberto Carlos. Apesar disso, no dia do crime, a criança tinha ido à casa de Angelina em companhia do padrasto. A mãe contou ainda que encontrou uma garrafa com cachaça e um papel dentro, desconfiando se tratar de “trabalho” de magia negra. O menino foi transferido para Salvador, no último dia 17, após a equipe médica do Hospital do Oeste, na cidade de Barreiras, onde estava internado, constatar que duas agulhas atingiram seu coração e o hospital não teria estrutura p ara realizar tal cirurgia. Chegando a capital ele foi novamente submetido a exames, no Hospital Ana Néri, quando foi detectado que havia entre 25 e 30 agulhas – diferente das 40 divulgadas inicialmente – no fígado, bexiga, intestino, coração e pulmão, que já estava comprometido pelos objetos metálicos. Depois de passar por três cirurgias para a retirada das agulhas que estavam próximas aos órgãos vitais, os médicos esperam que a criança tenha alta hospitalar, em até 15 dias. (Roberta Cerqueira).

4 comentários:

  1. Prezado Val Cabral
    Saravá pra quem é de Saravá e Axé pra quem é de Axé!
    A maior intolerância se dá ao meu ver por tratar-se de dois cultos com origens afros...
    Pode a Umbanda ser brasileira, mas os seus santos, Ogun, Yansã, Obaluaê vieram de onde, são de cor???
    1. Se até pra aceitarem Jesus tiveram que retratá-lo em filmes como um homem louro de olhos azuis, que já sabemos não ser verdade, já que sendo um homem de origem oriental não passa nem de perto daquele homem BRANCO que vimos em todos os filmes que passaram agora há pouco tempo na tv, durante a semana santa.
    2. Seria difícil aceitar uma divindade em sua totalidade, com seus feitos e defeitos, pois sabemos que os orixás cultuados na Umbanda e no Candomblé tiveram suas vidas, seus filhos e seus amores, não sendo seres PERFEITOS, assim como passam a imagem de Jesus e de todos os demais santos.
    3. Aceitar o que não se conhece não é comum. Nossos cultos não são feitos a portas fechadas, mas ninguém demonstra interesse em conhecer nossas doutrinas, isso porque não ficamos entregando papéis na rua, não enchemos o horário da tarde na tv com programas prometendo curas, prosperidade, vida eterna e afins. E depois ainda dizem qe só trabalhamos para trazer marido de volta, enquanto em alguns lugares são feitas reuniões só para isso, onde o homem ou a mulher sai do "culto" com uma aliança ou pulseirinha na crença de que ali vai achar sua "alma gêmea"... Ainda usam do simbolismo, se apegam a anéis, pulseirinhas, vidrinhos de óleo, cruzinhas de madeira... e etc. E ainda somos recriminados por acendermos velas.
    4. Se for externar toda a minha opinião aqui no seu blog amigo Val Cabral, será pequeno o espaço e não serão muitos os que concordarão comigo.
    Com ou sem preconceito com ou sem intolerância eu continuo sendo adepta de cultos afro.
    Maria Rosângela da Silva

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  2. A IURD é "evangélica" e fala de Jesus; é também "católica" e usa os símbolos como a cruz, a novena e outros; é também "judaica" porque o candelabro de 7 velas e as referências aos montes de Jerusalém estão no seu dia-a-dia; embora viva "expulsando demônios" tem uma intimidade muito grande com entidades, às quais vive proclamando nomes.
    Eu, pessoalmente, já com 50 anos de vida cristã, aprendi uma coisa: tenho que mostrar o Evangelho de Jesus conforme é apresentado à humanidade na Bíblia Sagrada. Só isso! Se alguém vai me dar ouvidos é outra coisa. A Bíblia mesma me diz que "cada um dará conta de si mesmo a Deus". Não prego contra religiões e sou amigo de padres católicos e de algumas pessoas da minha comunidade que professam religiões africanas. Vivo o Evangelho e falo das coisas que dizem respeito ao mesmo. Incomodo algumas pessoas com as pregações ao ar livre, pelo rádio e, às vezes, nas conversas pessoais porque não concordo com aquilo que a Bíblia Sagrada condena. Mas também sou incomodado com as atitudes religiosas de alguns e não reclamo. Tomo providências saneadoras. Mas há muito o que reclamar sim. Porque as pessoas que professam religiões africanas vêm colocar suas oferendas bem em frente ao templo da minha igreja? Porque deixam os "despachos" de animais mortos putrefando aqui? Agora mesmo deixaram uma imagem de um "exu" no canto da minha Igreja. Porque eu é que tenho de promover a limpeza? Não tenho uma resposta para isso e nem assim vou desejar ser inimigo de alguém por sua religião.
    Um abraço,
    Frederico Reis de Lima

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  3. Sempre que leio ou ouço o hino da umbanda me emociono, é realmente fantástico. Já é passada a hora de nós, seguidores das religiões de matriz afro, especialmente a umbanda e o candomblé nos posicionarmos e darmos um basta em toda essa intolerância religiosa que as outras religiões têm contra nós. Como somos do bem, da paz, e do amor, durante anos aturamos todo o tipo de humilhações, discriminações, intolerância, desrespeito e ódio vindo dos mais diversos seguimentos religiosos, principlamente dos evangélicos em especial a Igreja Universal. Isso cresceu como uma bola de neve e hoje nos deparamos com todo o tipo de agressão. Por ser da paz, ambas ( umbanda e candomblé) são religões que incomodam porque vão contra o modo de pensar da maioria das pessoas que vivem num mundo tão conturbado que só a guerra as satisfaz e as faz feliz. No que diz respeito aos trabalhos encontrados nas ruas, encruzilhadas, rios, praias e cachoeiras, tenho a dizer que durante alguns anos as pessoas não se incomodavam em serem ecologicamente corretas, hoje, seguidores ou não todos se importam com a ecologia e com a limpeza e podemos nos deparar com grupos religiosos que fazem absoluta questão de não poluirm nada ou sequer sujarem a cidade, mesmo porque são religiões que lidam com as forças da natureza e seriam antagônico a seus dogmas fazer qualquer coisa que a agredisse.Tratam-se de religiõe fantásticas onde quem as segue com respeito e rigor, efetivamente encontra a paz de espírito e o equilíbrio físico e espiritual, além de uma comunhão única com seus mentores, guias e orixás. É bom também destacar o incrível trabalho que umbandistas e candoblecistas desenvolvem no sentido de ministrarem ajuda espiritual, com a ressalva de que existem numerosos grupos que se dedicam a asilos, orfanatos, prestação de serviço comunitário como médicos e dentistas, orientação jurídica e psicosocial além de ensinamento voltados ao profissionalismo.
    Teresa Maria

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  4. eu respeito todas as religiões mas sinceramente não gosto de estar andando na rua e encontrar animais mortos, flores bebidas etc... isto e mtu desagradavel alem de sujar a rua!!
    Djalma

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