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POBREZA NÃO É DESPRIVILÉGIO DO NE. GENERALIZOU-SE - Existe a impressão quase generalizada de que há atualmente mais pobreza no Nordeste. Essa falsa imagem deriva do fato de que o fenômeno da pobreza, até certo tempo atrás, era concebido como restrito a certos segmentos da sociedade (por exemplo, minorias raciais, grupos étnicos, idosos, etc.) e limitado a determinadas localidades (por exemplo, às favelas, a algumas áreas rurais, etc.). Hoje em dia a evidência indica que a pobreza não é mais um problema confinado a grupos marginais específicos, nem se concentra apenas em certos pontos do espaço. Ao contrário, a pobreza se alastra por quase todos os grupos populacionais e por quase todos os lugares. Ela tornou-se visível, “metropolizou-se”. Em que pese o Nordeste concentre uma grande quantidade de pessoas pobres, a pobreza é, na verdade, um fenômeno generalizado no Brasil. A pobreza, há muito tempo, vem deixando de ser uma questão regional, passando a ser, cada vez mais, uma questão nacional, de distribuição interpessoal da renda. Infelizmente, a distribuição de renda dentro do Nordeste é a mais desigual do país. De acordo com informações recentes do IBGE, o rendimento médio percebido pelas pessoas que estão entre as 10% mais ricas corresponde a nada menos que 50 vezes o valor apropriado pelo rendimento médio das pessoas que se situam entre as 10% mais pobres!