Ao contrário das mídias ou redes sociais, que conectam pessoas por meio de interesses comuns, os meios de comunicação convencional de mão única, isto é, sem possibilidade de interação, não é permitido, por lei, ética, responsabilidade com seu público e, sobretudo, profissionalismo, estimular, produzir e gerar fakes news. Por essa razão, elas “fabricam” muito menos falsos vilões ou heróis de oportunidades.
Mesmo
assim, os blogs, jornais, as revistas, o rádio e a televisão, são, com ou sem
razão, acusados de construir personagens positivos e depois, também com ou sem
razão, de destruí-los. De forma didática, a mídia convencional (não confundir jornalismo
com bloguerismo) deve ser definida exclusivamente como o espaço ou o canal onde
uma mensagem ou informação é transmitida. Nada mais do que isso.
O material veiculado raramente é apócrifo (de autoria duvidosa). Ainda que sejam, as chefias podem ser responsabilizadas por qualquer conteúdo. Nas redes sociais é mais fácil maquiar, inventar e até mesmo recriar fatos conforme a intenção do inventor. Em outras palavras, basta uma mente poluída e mal-intencionada para reconstruir informações e apenas um clique para desconstruir pessoas, instituições ou reputações.
O governo
Lula tem (e sempre teve), militância e equipes especializadas em criar
situações negativas contra adversários. O maquiavelismo da produção dos “heróis”,
vem de muito tempo atrás e foi responsável direto por transformar bons em
ruins, honestos em desonestos ou sérios em falseanos. E vice-versa!
Os blogs, jornais, as revistas, as televisões e seus
profissionais não têm culpa se as pessoas nascem boas e, por razões de foro
íntimo, ficam ruins. É uma questão puramente de livre arbítrio. Todo esse
preâmbulo para chegar no cantor Gilberto Gil, herói nascido nas manifestações
de oposição contrária a corrupção, nepotismo, aparelhamento político e
partidário do Estado, uso e abuso do erário, para beneficiar parentes e
aderentes dos detentores do poder... e hoje cremos que Gilberto Gil sempre foi
uma farsa; um vilão na música e mídia nacional.
Como porta-voz do Movimento pelas diretas já, eleições livres
e redemocratização do país, ele emocionou o país ao cantar o que os brasileiros
gostariam de falar. No entanto, independentemente da sua gloriosa musicalidade,
o artista atualmente é alvo de denúncias inquestionáveis.
Servidores dos Correios que estão
em greve, são indignados com os R$ 4 milhões que a estatal desembolsou para a
turnê do cantor Gilberto Gil. Os trabalhadores passam sufoco, com desconto e
não repasse de valores ao FGTS; atrasos salariais e perdas de ganhos trabalhistas
históricos, enquanto o patrocínio se soma a outra dor de cabeça dos
trabalhadores: o descredenciamento do plano de saúde que, sem receber,
suspendeu os atendimentos.
No mundo globalizado, não há hipótese de confusão entre o
herói e o vilão. Por conta da fama e da hipocrisia, o cantor conseguiu fãs,
muito espaço na imprensa e acabou sendo venerado por milhões de brasileiros. De
herói a vilão foi um pulo. Bastou ter o poder sob seus pés e ele se revelou
complacente, omisso e até cumplice de todas as mazelas que denunciava, quando
não tinha o dinheiro público calando sua voz e o fazendo defender bandidos do
colarinho branco.
Alegar que é vítima de “sensacionalismo, distorção de
informações, manipulação de dados e afirmações inverídicas, configurando uma
clara ação de perseguição política” é uma tentativa cabotina de querer culpar a
imprensa por um fato escandaloso que ele mesmo gerou. O jornalista que apurou a
matéria e o jornal que a publicou cumpriram o relevante papel de informar à
sociedade o que é verdadeiramente notícia.
Se os estragos à imagem do cantor são irreversíveis,
sugiro que ele procure com urgência um padre para se confessar. Os brasileiros
certamente nunca mais o verão como herói e eu, em articular, cheguei a
conclusão do quanto me enganei acreditando que Gilberto Gil era merecedor dos
meus aplausos. Sobretudo, quando eu ouvia ele cantar uma música, que retratava
sua própria personalidade demagoga:
Nos barracos da cidade (Barracos)
Oh,
uô, gente hipócrita
Oh,
uô, gente estúpida
Nos
barracos da cidade
Ninguém
mais tem ilusão
No
poder da autoridade
De
tomar a decisão
E o
poder da autoridade
Se
pode, não faz questão
Se faz
questão, não consegue
Enfrentar
o tubarão
Oh,
uô, gente estúpida
Oh,
uô, gente hipócrita
O
governador promete
Mas o
sistema diz não
Os
lucros são muito grandes
Mas
ninguém quer abrir mão
Mesmo
uma pequena parte
Já
seria a solução
Mas a
usura dessa gente
Já virou um aleijão
Oh,
uô, gente estúpida
Oh, uô, gente hipócrita
Oh,
uô, gente estúpida
Oh,
uô, gente hipócrita
Oh,
uô, gente estúpida
Oh, uô, gente hipócrita
Oh,
uô, gente hipócrita
Oh,
uô, gente estúpida
Oh,
uô, gente hipócrita
Oh,
uô, gente estúpida
Oh, uô, gente hipócrita

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