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ITABUNA

3 de outubro de 2025

O RISCO É QUE ABUNDA TUDO PARA O CIRCO DO PEDRÃO!

O entretenimento sem ações paralelas que ajudem a resolver as desigualdades é só uma tentativa de silenciamento do povo e de esconder a realidade.

A política do Pão e Circo é uma expressão que tem origem histórica na Roma Antiga, que consistia no fato de distrair e silenciar a população para que ela não se revoltasse contra sua péssimas condições de vida. Essa distração se dava por meio de ações promovidas pelos líderes romanos, como o imperador Otávio Augusto e aperfeiçoada por Júlio César.

Entre essas medidas para apaziguar a população estavam os grandes espetáculos que para o seu desenvolvimento era necessário à construção de arenas. Aqui, escravizados eram usados para entreter a população (uma sugestão para ampliar seu conhecimento sobre isso é o filme Gladiador).

Homens que perderam a liberdade se enfrentavam aos olhos atentos do público que, naquele instante, acabava esquecendo-se de suas condições precárias, da falta ações concretas dos governantes para resolver as desigualdades. Essa mesma população que naquele exato momento ficava com o poder de decidir se um dos gladiadores morria ou vivia.

    Para completar a distração, os servos eram obrigados a jogar nas arquibancadas alguns pães. Dessa forma os líderes romanos mantinham a população fiel à ordem estabelecida e conquistava seu apoio. Findado isso, os problemas não haviam saído do lugar, pois nada havia sido feito para acabar com eles.

Desta feita, a população empobrecida de Roma não tinha tempo para se revoltar. Não morria de fome e ao mesmo tempo se sentiam em paz ao lado de outros espetáculos como brigas de humanos contra animais, artistas de teatro, corridas de cavalos, acobracias e bandas. Esse era o objetivo. Manter os empobrecidos entretidos para evitar descontentamentos, revoluções sociais.

    Parecia até que estávamos escrevendo sobre nosso cotidiano. Essa tática da Roma Antiga permanece viva. Por isso é necessário destacar que houve uma renovação nas formas de alienação do povo e uma delas é a naturalização da pobreza. Há uma tentativa desenfreada de passar para a população que a fome, a miséria e todas as outras formas de desigualdades são naturais e, que, portanto, não podem ser resolvidas.

    Se entendermos que “pão e circo” enquanto fenômeno político é a distribuição à população de algo que ela deseja e necessita, logo essa prática resistiu ao tempo e ao lado dela outros conceitos, como o clientelismo nos ajuda a explicar que a todo o momento há ações que visam entreter o povo e mascarar a realidade.

    A grande diferença hoje e já há estudos nesse sentido, é que grande parte da população sabe disso. Sabe que as desigualdades não são naturais, mas “inventadas por aqueles que comem”. E mesmo assim aceita participar do jogo, pois acredita que esta é (infelizmente) a única maneira de sanar, mesmo que temporariamente, suas necessidades.

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