Ser mãe é muito mais que ser humana, pois se faz em si um tipo de amor que nunca se aposenta. Um cuidado que não tira férias, mesmo quando a rotina da maternidade já não envolve trocar fraldas, preparar lancheiras ou acompanhar as tarefas escolares. Esse amor é silencioso, constante e, muitas vezes, invisível: é o cuidado da mãe de filhos adultos.
Quando
os filhos crescem, muitos imaginam que o papel da mãe se encerra, ou ao menos
se suaviza. Que agora, com a autonomia adquirida, ela poderá enfim descansar,
pensar mais em si, dormir tranquila. Mas na prática, o coração de mãe continua
em estado de vigília. A diferença é que, agora, ela se preocupa à distância,
com menos acesso e menos controle sobre a vida dos filhos.
Não
é um cuidado que pede reconhecimento. É um amor discreto, feito de preces
diárias, de intuições inexplicáveis, de mensagens simples como “passa aqui
qualquer hora”, que escondem um desejo imenso de saber, de acolher, de estar
perto. Mesmo quando o filho já têm seus próprios filhos, responsabilidades e
até cabelos brancos, para aquela mãe, ele ainda é “o seu menino”.
Por
trás de uma mãe que parece exagerada, está uma mulher que já perdeu noites de
sono, já enfrentou seus próprios medos para proteger seu filho e que hoje
tenta, como pode, continuar sendo abrigo. Que possamos olhar com mais ternura
para esse cuidado invisível.
E, sempre que possível, reconhecer: mãe continua sendo mãe, mesmo quando a gente já acha que cresceu o suficiente para não precisar mais dela. Sempre vamos precisar. E ela sempre vai estar ali. Mesmo que só em pensamento. Mesmo que em silêncio.
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