A Câmara de Vereadores de Eunápolis conseguiu atingir um nível de inutilidade política e moral que revolta qualquer cidadão que ainda conserve um mínimo de dignidade cívica. Com raríssimas exceções - meia dúzia de parlamentares, se tanto - o restante se resume a uma plateia submissa, um coro de bajuladores que se esconde em grupos de WhatsApp, mendigando aprovação do Executivo, em vez de cumprir o papel sagrado de fiscalizar.
Enquanto o
prefeito Robério Oliveira passeia pelo caos administrativo como se estivesse em
alto-mar com vento a favor, a maioria dos vereadores se comporta como vassalos
de luxo, satisfeitos com as sobras de poder, as mamatas e os cargos
distribuídos a parentes e aliados. A cidade afunda em desmandos, a gestão se
farta na impunidade, e os representantes do povo se ajoelham como se tivessem
sido eleitos para a corte de um monarca - e não para defender os interesses da
população.
A Câmara de
Eunápolis, do jeito que está, não é apenas omissa. É cúmplice. É a garantia de
que o desastre continua, porque quem deveria frear, cobrar e denunciar se
contenta em viver de migalhas, trocando a dignidade pelo verniz de poder.
É preciso dizer em alto e bom som: vereador não é vassalo, não é empregado de prefeito, não é decorativo. Mas em Eunápolis, salvo poucas exceções, essa verdade foi enterrada sob a lama da conveniência e da covardia política. Por Alinne Werneck.
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