Na grande floresta da política, alguns mamíferos revelam, sem disfarce, seus instintos mais sombrios.
O TATU, mestre das tocas, hoje não se limita a cavar buracos para se esconder. Ele surge sob os holofotes, alimenta-se de likes, ecoa denúncias vazias e se exibe nas redes sociais, enquanto desvia o olhar do que realmente importa. Sua couraça protege não só o corpo, mas a vaidade; sua toca virou palco de espetáculo e farsa.
O TAMANDUÁ, de língua comprida e apetite
voraz, percorre os corredores do poder sugando tudo que encontra - migalhas,
favores, oportunidades. Nunca constrói, apenas consome. Seu prazer é imediato,
seu legado, invisível.
Entre eles, a PREGUIÇA se move devagar,
sem pressa de disputar holofotes ou privilégios. Firme nos galhos, observa,
acolhe, age com ternura. Ela lembra que a política pode ser feita com
coerência, cuidado e compromisso, mesmo que pareça lenta frente ao espetáculo
dos egos.
Todos pertencem à mesma família, todos ocupam o mesmo poder legislativo. Mas enquanto alguns se perdem nas tocas e no teatro digital, outros mostram que é possível existir uma política de humanidade, sentido e propósito, longe das cortinas, mas perto do que realmente importa. Por Eugênio Abreu, geógrafo.
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