Praticamente ignorada nas última duas décadas, a segurança pública na Bahia é um assunto negligenciado pelo Estado e que, por isso, tem seu sentido resumido à atuação do policial, o que faz pensar que se trata exclusivamente de combate ao crime. Além disso, o governo têm errado o diagnóstico sobre o tema, deixando a questão nas mãos das polícias.
Os governos da União e do Estado da Bahia, erram
ao abandonarem a agenda para as polícias, que determinam fazer aquilo que elas
estão reguladas a fazer. Então, com sua matiz política-ideológica, operando
forma de fazer segurança pública respondendo a um centro de políticas criminal
e penitenciária, que é quase como um centro magnético, impedindo mudanças.
As formas
mais discutidas de segurança pública – ação mais ativa do Estado no combate à
violência e efeitos de longo prazo de uma política de educação – são
“narrativas do mesmo problema” e que não ajustam a legislação. Além disso, há
muitas ações sendo feitas, mas pouca articulação entre os órgãos competentes.
Essa enorme desarticulação gera muito trabalho.
Os sistemas de segurança pública e de justiça criminal demandam muitos recursos,
não só financeiros, mas humanos e materiais das polícias e do Estado. Não há
nenhum tipo de alinhamento, gerando ‘bateção’ de cabeça, retrabalho e, quando
falamos de narrativa, quem dá o tom é o crime organizado, que possui na Bahia,
seu maior números de organizações operando diariamente.
O governo da Bahia deveria buscar, inicialmente, trabalhar pontos consensuais sobre segurança: promover transparência e informação, melhorar o gasto, pôr em prática ações locais, investir na formação e valorizar os policiais. O petismo desmontou o arcabouço de cidadania inaugurado em 1988, nos campos de segurança pública, sem implementar as políticas. Mudaram os discursos, mas não a forma de penar e agir.
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