Aliados que conversaram nos últimos dias com o presidente Lula (PT), disseram que ele desistiu de vez de conquistar o apoio dos evangélicos. A postura do petista preocupa o Palácio do Planalto porque tem aumentado a rejeição ao governo nesse segmento da população, mais identificado com o bolsonarismo. E a tendência é que o voto religioso tenha peso considerável nas eleições de 2026.
Neste terceiro mandato, Lula é
descrito com frequência como um líder que cansou de fazer política. Aos 79
anos, o presidente já não tem a mesma disposição que tinha quando governou o
País de 2003 a 2010. A única ponte que o Executivo tem hoje com os evangélicos é
o ministro da Advocacia-Geral da União (AGU), Jorge Messias, mas a avaliação é
de que ele, sozinho, não conseguirá reverter a visão negativa sobre Lula.
A avaliação negativa dos evangélicos
sobre o presidente cresceu de 50% para 55% entre junho e julho, de acordo com a
mais recente pesquisa DataFolha. Esse resultado reforça a percepção de Lula de
que é inviável uma aproximação entre Planalto e essas denominações religiosas.
Aliados que acompanham com lupa o
governo notaram que o petista parou recentemente de fazer menções religiosas em
seus discursos. Esse artifício havia se tornado comum em participações do
presidente em eventos pelo País. “Lula cansou”, resumiu um interlocutor.
Todavia, o PT continuará na cruzada para garantir aproximação com esse público. O centro de formação política do partido – promoveu em maio o curso “Fé e Democracia para Evangélicos e Evangélicas”. Em abril, o senador Carlos Viana (Podemos-MG) chegou a se oferecer para organizar um encontro entre Lula e congregações da Igreja Batista. O presidente, contudo, revelou o medo de ser vaiado.
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