A iminência de um acordo entre o MDB e o Republicanos segue agitando os bastidores da política baiana. Como o primeiro partido é integrante da base de apoio ao governador Jerônimo Rodrigues (PT) e o segundo compõe a oposição no estado, a união entre as siglas deve acabar desfalcando um grupo e reforçando outro, dependendo de quem ficará com a liderança da federação na Bahia.
O MDB tem o
vice-governador Geraldo Júnior, que pretende concorrer à reeleição na chapa de
Jerônimo em 2026. Governistas argumentam, então, que não faz sentido que a
federação retire o apoio à gestão estadual da qual os emedebistas fazem parte.
Já o Republicanos
integra a oposição ao governo da Bahia desde 2014 e pretende apoiar a
candidatura de ACM Neto (União Brasil) em 2026. Nesse contexto, os
oposicionistas argumentam que a legenda deve liderar a federação com o MDB no
estado porque possui mais parlamentares eleitos — um critério que já foi
utilizado em outras federações, como a entre União Brasil e PP.
Questionado sobre
as negociações da federação, o ex-ministro Geddel Vieira Lima (MDB) lembrou que
já havia comentado, no último dia 14 de maio, sobre o assunto, não havendo
nenhuma mudança desde aquele momento. “Não mudou nada. Não evoluiu nada. Tudo
muito embrionário ainda”, garantiu Geddel ao Portal A TARDE.
Seu irmão, o
ex-deputado Lúcio Vieira Lima (MDB) também assegurou que não há qualquer
definição. Ele disse ainda que o critério do maior número de parlamentares não
foi sequer discutido internamente. “O que eu te garanto é que não existe esse
critério que estão tentando espalhar por aí, de que vai ser quem tem mais
deputado federal. Mas ainda não foi decidido em Brasília, porque há questões em
vários estados. Não estou preocupado ainda com isso, porque não tratou-se
disso. Vai ser uma conversa no campo político. Se eu falar que tem alguma coisa
certa, eu estaria mentindo”, afirmou Lúcio ao Portal A TARDE.
Influência nacional - Os irmãos Vieira Lima chegaram a viajar a Brasília, há duas semanas, para conversar com as lideranças nacionais do MDB sobre o assunto. O Portal A TARDE apurou que os caciques emedebistas da Bahia tentam usar suas influências para garantir o comando da federação no estado.
Como argumento, o
MDB pretende utilizar o vice-governador Geraldo Júnior, potencial candidato à
reeleição em 2026. Caso o Republicanos fique com a liderança da federação, os
emedebistas devem ser obrigados a compor oficialmente a chapa oposicionista,
perdendo o posto na aliança de Jerônimo.
Na avaliação de governistas consultados sob condição de anonimato pelo Portal A TARDE, a relevância de Geddel e Lúcio no MDB Nacional deve acabar se sobrepondo na disputa, já que o deputado federal Márcio Marinho, presidente do Republicanos na Bahia, é visto como um parlamentar discreto em Brasília. (A Tarde).
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