O governo está cágado e cagado para evitar que a bacia hidrográfica do rio cachoeira, permaneça sendo transformada em esgoto á céu aberto e fétido!
Quando a mãe-natureza esculpiu o Rio Cachoeira, não esqueceu nenhum detalhe, ao longo dos séculos, durante o trabalho de entalhe em seu curso - calibrou o clima e trabalhou incansavelmente como se fosse artesã. Esculpiu a argila, afoufou e usou para fazer acabamento com água da cheia. Não esqueceu, por nenhum segundo, a simetria dos meandros e as retas dos seus longos caminhos.
Tudo se encaixa como a
justa forma, como um encontro que o espinho encobriu. Assim, não importa a
porta, mas o modo de abri-la. Nesse contexto, o Rio Cachoeira é feito de todas
as coisas, por isso ele se torna o mais precioso presente da mãe natureza para
os sulbaianos, especialmente para nós: itabunenses.
Por
esse presente a natureza não pede nada em troca, nem o que com sacrifício
acumulamos como contribuição. Quer apenas, que os homens protejam os matagais e
assegurem a proteção das águas, para sempre e para todos, ação simples que será
realizada com a parceria da sua fertilidade natural.
E nós
carinhosos curadores que habitamos suas margens, temos como compromisso, a arte
de preservar, porque nunca seremos como a luz que dissipa a escuridão da
ausência decuidados. Devemos cuidar do Rio Cachoeira como ourives lapida jóia
de sua amada.
Como
explicar que suas águas lavam melhor nossas vestes? E como não reconhecer que
suas areias foram perolas que sustentaram centenas de famílias? E como não
reconhecer que nunca existiram águas melhores para nos banhar? Então, se essas
perguntas têm respostas, como explicar a magia de um rio, se hóstia é a raiz
mais profunda da fé?
Sinceramente! Somente um mergulho não será suficiente para responder
tantas perguntas, mas eras, a fio de convivência com o rio. Não é por acaso que
viemos fazer nossa moradia nas margens da sua hidrovia. Mas é porque dos entes
da natureza o Rio cachoeira é o pilar da caridade divina. O refúgio na noite
das palavras, a canção e a poesia.
A
terra, a água, o ar e a raiz da imaginação. Só o Rio Cachoeira conhece a
diferença entre dar a mão, e acorrentar o sentimento do poeta que vive o ano
inteiro em suas bordas sonhando com seus traços no mundo aberto. Por isso, não
existem erros nos planos de Deus.
Me dou
por inteiro para que as águas nunca sejam borradas e contaminadas, mas,
acariciadas, sentida pelo coração. Depois da marca dos homens nas margens do
rio, creio que nada ficará para sempre igual. Nem os nós da intolerância que
atuam na margem da esperança, são fáceis de desatar.
Meu velho Rio Cachoeira, um dia você será feliz, porque, toda árvore que você cria dá vida uma raiz. E se aqui estamos é porque sabemos que o Rio Cachoeira está perecendo, escorado na escalada margem da intolerância.
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