Assistindo, esta noite de 3 de novembro, na CNN uma análise da eleição americana na próxima terca-feira, dia 5 de novembro, na maior disputa da história política dos Estados Unidos, entre o ex-presidente Donald Trump (Republicano) e Kamala Harris (Democrata) veio à minha mente o ano de 1966, quando Itabuna realizou a maior campanha política da sua história naquela década, quando disputaram o poder do Centro Administrativo Firmino Alves (prefeitura) José de Almeida Alcântara e o empresário José Soares Pinheiro (Pinheirinho).
Alcântara tinha sido prefeito, deputado estadual e
pleiteava, através de nova eleição, novamente o cargo de prefeito de Itabuna.
Para contrapor a força e o carisma de Alcântara junto às massas populares e
também de uma fatia da classe média de então (que colocava a foto de
Pinheirinho nos estabelecimentos comerciais) e municiava, através de amigos
alcantristas, a campanha do homem do povo. A cidade ficou dividida: o eleitor era
alcantristas ou pinheirista. E a bolsa de apostas corria vertiginosamente, já
que o cacau não estava em baixa e jamais se pensaria em vassoura de bruxa.
Neste meio
termo da campanha, Alcântara apresenta ao seu eleitorado um jovem deputado
federal pleiteando um segundo mandato ao Congresso Nacional (Câmara Federal)
chamado Antônio Carlos Peixoto de Magalhaes (casado com Arlete Magalhaes, filha
de Itabuna, sendo seu pai Carlos Maron, um dos fundadores da secular Associação Comercial de Itabuna,
irmã de Wilson Maron, que foi presidente do extinto Instituto de Cacau da Bahia
(ICB) em um dos governos de ACM. Eleição dura e bastante disputada, saindo
vencedor o candidato do povo humilde de Itabuna, José de Almeida Alcântara para mais um mandato à
frente dos destinos do município.
Uma
professora chamada Celina Braga Bacelar, diretora de um importante Colégio da
cidade, capitaneou um grupo de mulheres de Itabuna e foram a Brasília para uma
audiência com o então presidente da República, Castello Branco, no sentido de
que o mesmo impedisse a posse do prefeito eleito pela vontade livre do eleitor itabunense, apresentando uma serie
de argumentos que não se coadunavam com os fatos políticos.
O presidente
Castelo ouviu atentamente a ladainha da embaixada itabunense e afirmou: "O
eleitor itabunense elege o cidadão prefeito, deputado estadual e novamente
prefeito e as senhoras querem que eu casse o seu mandato? Voltem para a sua
cidade e vão cuidar dos seus afazeres. Ao lado do presidente Castello estava o
jovem deputado federal, reeleito com os votos de Itabuna, e presidente estadual
da ARENA (Aliança Renovadora Nacional) e
nomeado prefeito da cidade do Salvador.
A embaixada de Itabuna voltou à cidade e o presidente Castello Branco adiantou a posse de vários prefeitos eleitos em 1966, inclusive a posse de Jose de Almeida Alcântara. Por Paulo Lima - Jornalista. Membro da Academia Grapiuna de Artes e Letras- AGRAL- Coordenador do Movimento do " Senado" do Café Pomar.
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