“Não vou duvidar do passado como se já não existisse velas pra ascender
Mas que diferença faz se nossas mães não choram mais
Não choram mais e de meu pai não vejo sorriso
Se os velhos não podem criar suas rugas o novo já nasce velho”
Esse é um trecho de uma música do Rappa chamada: “O novo já nasce velho”. Quando recebi essa indicação no facebook, fiquei pensando: é possível o novo nascer velho? Me lembrei de um filme recente “O curioso caso de Benjamin Button” onde o novo já nasce velho, e vida se passa de trás pra frente.
Por incrível que pareça essa afirmação tem muito a ver com o que temos visto no que tem ocorrido neste momento de pré-campanha eleitoral em Ilhéus. O suspeito ajuntamento das candidaturas de Jabes Ribeiro (PP) com Valderico Júnior (UB), deixa claro que há uma certa incompatibilidade entre o novo e velho, eles não chegam a ser opostos, porém dificilmente se conservam juntos. Ora, então como o novo nasceria velho? Como seria possível uma junção integral entre os dois?
Creio que seja impossível. Novo e velho não convivem são como "agua e óleo", "sangue e HIV", não se misturam. Eles até se comunicam, mas não se unem. Para se ter o novo, é necessário um rompimento com velho, e isso cansa, dói e demora... Então como somos brasileiros, damos o nosso “jeitinho”, atualizamos o que é velho, maquiamos, e como diz na música: “Os velhos não criam suas rugas”. Escondemos o que é velho e o damos uma cara de novo. Recauchutamos, remendamos, reformamos, colocamos botox, plastificamos e infelizmente o que era pra ser novo, tem a imagem nova mas uma alma velha.
Mas creio que uma profunda transformação social só pode partir de pessoas novas, que não apenas se atualizaram, mas que foram transformadas. Valderico nasceu velho porque se conformou com o sistema vigente, e acabou usando dos mesmos disfarces e dos mesmos remendos. Já Jabes envelheceu muito jovem e não percebeu, que carrega consigo um passado que já passou!
Assim segue-se os remendos que impossibilitam os "velhos Valderico e Jabes" criarem suas rugas. Eles permanecem por ai, disfarçados de progresso, união e de crescimento. E seus aliados vão nascendo velhos e envelhecendo imaturos, reproduzindo o retrocesso que foi ensinado como virtude.
Esse nosso recipiente velho precisa ser interrompido e aposentado. Assim o novo, baseado na verdade, de cara limpa e coração lavado será edificado sob a luz da humanização, justiça e desenvolvimento social. O arreBento dessa velharia da política, que não se renova já está nascendo e vibrante por uma Ilhéus maior, melhor e deve permanecer avante!
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