O hoje quase centenário Manoel Carlos Amorim de Almeida (“Baiano de Ilhéus”), andava vagando nos céus e para sucumbir o vazio naquela imensidão celestial, carregava consigo nuvens de pensamentos; algumas claras como algodão e outras escuras de muitas saudades, quando se deparou com a amada Sarah Albagli de Almeida (Dona Sarah), que havia deixado no plano terrestre, involuntariamente!
Eterna musa dos seus olhos, logo reconheceu todo esse
encanto de ser, ali no céu onde já estava há três meses. Não acreditava no que
via. Apenas sentia seu coração responder: “É ela mesma”, ele dizia. A mesma que
deixou um dia, naquela outra vida, com juras de jamais um esquecer o outro.
E que voltariam a se reencontrarem um dia.
Deu razão ao coração e seguiu sua jornada, com o
acalento de anjos e sorrisos de pessoas queridas reencontradas. Assim não deixava
o coração murcho, desprezado, choroso e dolorido. Deus e seus anjos o
resignavam. Após muito caminhar, não mais sentia dor. Ria de si mesmo por ser tão
inocente e acreditar nessas coisas de amor.
Quando não mais que rapidamente, olhou para trás e viu...
Sarinha estava ali parada à sua frente. O motivo da ausência que dóia. Era ela
novamente, que seguira suas passadas. Foi até si e falou: “Sou eu mesma meu
amor, aquela que em outra vida jurou, que nunca te esqueceria, que novamente te
encontraria. Vim dessa vez para ficar. Nunca mais nos separaremos. Irei com
você agora”.
O coração de Manoel ficou choroso novamente e derramou
lágrimas nos olhos. Mas dessa vez era diferente. Não eram lágrimas de partida e
saudade. Eram lágrimas de vida. Ele a abraçou forte. Sentiu que não era um
sonho. A imagem da amada Sarinha nunca saíra dos seus olhos. Nem as lembranças
do seu pensamento. Tampouco o amor do seu coração.
Era ela realmente. Havia cumprido o que jurou. Daí pra frente, a solidão e a saudade do seu grande e eterno amor o deixaram. Manoel continuará seguindo a estrada celestial. Porém agora de mãos dadas, com o seu eterno amor, cujo reencontro está sendo festejado neste momento no céu, com coro entoado por familiares e amigos, com canto de “Parabéns pra você, amada Sarinha”.
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