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16 de janeiro de 2024

PANCADINHA VOANDO MUITO ALÉM DO QUE SUAS ASAS PODEM FAZÊ-LO VOAR!

Sonhos nos transformam em leões e as vezes nos fazem ter pesadelos e por mais sábios que sejamos, a vida está sempre à espreita do nosso vacilo, para nos fazer careta!

Em uma das estórias mais conhecidas da mitologia grega, Ícaro e seu pai Dédalo foram condenados a viverem presos no labirinto do Minotauro na ilha de Creta. Decidiram fugir criando asas com penas de pássaros e cera de abelha, para que então pudessem voar o mais alto possível e escapar do seu destino de isolamento.

Ao se encantar com o que foi capaz de fazer, Ícaro deixa de seguir os conselhos do pai e passa a voar cada vez mais alto, até o ponto em que sua proximidade do Sol derrete a cera que colava suas asas e o condena a cair de volta à Terra, para então morrer nas profundezas do mar Egeu.

Desde então, sua lenda vem sendo usada como metáfora perfeita para analisar os riscos inerentes aos nossos sonhos e desejos. Afinal, a busca incessante por um futuro melhor não é uma das formas que usamos para escapar das nossas “prisões” cotidianas? Por outro lado, chegar tão perto do Sol também não nos ensina sobre a importância de encontrar a altura correta dos nossos voos e saber a hora de reconhecer os nossos limites?

A busca contínua pelo crescimento e a ambição permanente pela conquista são valores consolidados na vida de indivíduos e grupos políticos. Formatados nesse ambiente social, partido políticos não poderiam pensar de forma diferente. Candidaturas também põem em risco o futuro do político ao não entender o real tamanho das suas capacidades, possibilidades e limitações, criando desequilíbrios entre aceitação e rejeição muitas vezes irreversíveis.

A "queda de Ícaro" nos traz mais uma lição de vida ao nos mostrar que os ciclos de vitórias e derrotas são inevitáveis, e que não há políticos eternamente invencíveis ou derrotados. Vencendo ou perdendo, aqueles que possuam planos de longo prazo e bom senso de auto-avaliação, tenderão a tomar melhores decisões com base no equilíbrio e na sustentabilidade dos seus projetos eleitorais.

Por outro lado, os que se deixam dominar pelas ambições desmedidas e pressões do momento, agem para atingir objetivos imediatos, desperdiçando recursos preciosos que poderiam ser usados para construir uma carreira política mais consistente. A pressão por sair de um labirinto os leva a criar asas com cera de abelha, que até podem servir para tirá-los do isolamento, mas certamente não levarão eles a lugares mais altos.

A ilusão do crescimento a qualquer custo derrota muito mais políticos do que o fazem vencer! Numa eleição, a queda de vários políticos tradicionais ensina que a busca irresponsável por avanços sempre cobra seu preço. Dizem que sonhar não custa nada. Será mesmo? Tenho minhas dúvidas. Se no mundo das lendas o voo de Ícaro nos ensina que o mesmo Sol que ilumina é aquele que queima quem se expõe demais, na vida real é fácil perceber que tudo o que desejamos e fazemos tem um preço a pagar, seja financeiro, físico, emocional, político e eleitoral.

Por isso, o desafio de crescer passa sempre pela capacidade de encontrar a dose certa de ambição e prudência. Políticos que agem com os pés no chão", terão mais chances de identificar e se proteger dos atalhos que são desvios e dos sonhos que viram ilusões. Não é fácil encontrar a distância certa do Sol. Mas ela existe, e certamente estará em algum lugar entre o céu e o mar. E para Pancadinha que deseja voar mais perto do infinito, é sempre seguro dispor de asas um pouco mais resistentes.

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