Existem tradicionalmente duas grandes explicações para o fenômeno do sucesso eleitoral de corruptos: a hipótese da informação, segundo a qual as pessoas votam por desconhecerem que seu candidato é desonesto, e a hipótese da troca explícita, quando os eleitores foram informados da corrupção do seu candidato mas votam nele mesmo assim por acreditar que ele "compensa" esse defeito com outras qualidades, como uma maior afinidade ideológica ou maior competência administrativa.
Uma terceira explicação seria a da corrupção generalizada. Essa leva em conta o contexto eleitoral em que todos ou quase todos são corruptos influencia na decisão eleitoral. Todavia quanto mais a corrupção é percebida como generalizada, menores tendem a ser o engajamento eleitoral e a punição eleitoral ao candidato corrupto, representando mais abstenção e votos nulos ou em branco.
Afinal, por que votamos em corruptos? Porque não sabemos ou acreditamos que o nosso candidato não seja corrupto; porque sabemos, mas achamos que ele compensa esse defeito com outras qualidades; ou simplesmente porque todas as opções disponíveis nos parecem corruptas.
O eleitor se mostra mais inclinado a punir um candidato que já está no poder e concorre à reeleição do que o seu concorrente, mesmo que haja alguma equivalência quanto à corrupção e se seu passado o distingue como Fraterno à corrupção. Todavia, ainda que "todos sejam ladrões", menos incorreto é nunca votar em que já roubou, porque "ladrão por ladrão", não votemos naquele que já roubou e quer voltar ao poder, para roubar muito mais!
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