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14 de outubro de 2023

POLÍTICA NÃO CONSISTE EM TERMOS QUE ENGOLIR QUALQUER PORCARIA GOELA ABAIXO!

É necessário mastiga, antes de engolir o sapo, que tentam nos enfiar goela abaixo

Os gregos viam a política como a arte de governar as cidades. As classes nobres eram encarregadas desta bela missão: prover a cidade de tudo que era necessário, desde a administração até os muros de defesa contra o inimigo.

Como toda administração exige uma atividade organizada e finalística, os gregos agiam para tornar a cidade um lugar seguro, aberto, ordenado, pronto para a guerra e para a paz. Era o que se chamava política. O conceito evoluiu no tempo. Passou por Roma e Idade Média e chegou aos tempos modernos com a notável evolução técnica e social, que caracteriza o mundo atual.

A política nunca abandonou o homem nesta longa caminhada. Estabelecida em núcleos a que se chamou cidades, a humanidade se dividiu entre o Estado, que exige o esforço de todos, e a vida privada, como expansão da liberdade de cada um. Hoje, cada Estado, mesmo depois da globalização, ainda é uma nação politicamente organizada. E continua navegando pelo tempo em busca de dias melhores.

A política, como ciência e arte, acompanha o homem, provendo-o do que precisa e exigindo dele uma atitude permanente de trabalho e moralidade. Ela serve ao homem e se serve dele, numa interação necessária e construtiva. O homem é um animal político e social, conforme soa até hoje a lição de Aristóteles.

Mas a política se dividiu em duas: uma como técnica de governo e poder; outra, como política partidária. Aqui temos seus agentes, os “políticos”, que atuam através de partidos que deveriam ser proposta de diferentes grupos e facções para assumir o poder.

Mas o que se vê na realidade? Em sua maioria, pessoas desonestas, à busca de eleições, postos e prestígio, pouco importando se arranham ou mesmo sufocam a moralidade pública, dever de todo cidadão. Buscam o poder a qualquer custo, e não têm limites nesta ação. Já se disse que os políticos podem tudo, até mesmo ser honestos e virtuosos.

A cena política que vivemos nestes dias enfraquece a crença do cidadão nas instituições que representam e governam sua vida. Eis uma breve síntese da contemporaneidade: Cláudia Oliveira (um bilhão eu fico) foi eleita deputada estadual. Bem ou mal assim quis o povo, em procedimento eleitoral legítimo.

Governo e quadrilha passaram a ser duas palavras sinônimas. Assim está na imprensa diária. Se chegar ao fim, estará aos farrapos. No âmbito nacional, perdemos o tempo político da boa administração de que tanto carece o país. E para este tempo não há recuperação.

A Operação Lava a jato, com todos os seus defeitos, que um dia haveremos de ver corrigidos, prestou um serviço histórico inegável ao país. Este mérito, o futuro jamais retirará dela. Precisamos agora arrancar o país do abismo em que se mergulhou.

Recomeçar brandindo os instrumentos da democracia: instruir o povo, para que saiba escolher. Colocar as pessoas nos lugares certos, para que o sistema funcione. A única receita para o caos é saber que ele pode ser consertado, se a ele emprestarmos um pedacinho de nosso esforço.

Precisamos de mais democracia para tudo: nas instituições, nas universidades, nos governos, junto ao povo. Política não consiste na arte de engolir sapos, mas na visão altruística de melhorar as coisas com gente capaz e séria. Não é possível esperar mais. Está na hora de começar a luta. 

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