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8 de fevereiro de 2023

O TIRO QUE SAI PELA CULATRA, NO CONTEXTO DAS NOTÍCIAS RUINS

Dentre as notícias ruins, as que advém do Fake News, são as que menos se sustentam com o tempo!

Em tempos digitais, a notícia ruim está revigorada e fortalecida pela Internet. Chega ainda mais rápida, em alguns casos até com reforço artístico de um desenho, ou foto. E o mais grave, se espalha com imensa rapidez ultrapassando barreiras de todos os tipos. Vencendo, até mesmo, os responsáveis organismos criados para checar a veracidade dos fatos informados pelas mídias sociais - essa terra de todos e ainda de ninguém.

A notícia ruim é tão impactante, causadora de inimagináveis reações, que entre outras consequências consegue contaminar o próprio emissário. Você fica com raiva de quem lhe informou, como se o transmissor tivesse culpa no conteúdo e em seus desdobramentos. O ser humano tem uma tendência biológica de se interessar mais pelo ruim do que pelo bom.

A notícia ruim é fiel e próxima como um cão, porque também nunca nos abandona. Ela está ao nosso lado, quase todos os meses do ano. Seja sobre gestão pública, sem dúvida a campeã de motivos; saúde; economia; violência; meio ambiente e por aí vão os férteis campos que lhe dão origem.

A notícia ruim tem a competência de entender dificuldades, e diante delas nunca esmorecer. Nem desistir. Volta (sem rancor) quando não é bem recebida e assimilada na primeira vez. Se não criar medo, comoção, desânimo ela não se cala. Insiste até alcançar os seus objetivos. Ela, a notícia ruim, é quem nos incentiva acordar cedo, estudar e trabalhar, ter planejamento, criatividade e empenho. Realizar! Com fé, esperança e vontade permanentes para superar obstáculos, desafios, adversidades.

A notícia ruim nos estremece, é certo, mas também tem o mérito de provocar reflexões que talvez nunca tenhamos feito. E promove crescimento, descobertas, transformações. O maior ensinamento da notícia ruim, algo que fortalece nossa capacidade de resiliência: ela sempre alcança o seu objetivo! Portanto, como a notícia ruim - esse bom exemplo, serei vitorioso contra ela mesma. Além do que manter o humor é fundamental para motivar esperança e ter chance de neutralizar os efeitos de qualquer desânimo diante do fascinante mistério do existir.

Guimaraes Rosa, um dos grandes nomes de nossa literatura, disse no personagem “Riobaldo”, de “Grande Sertão: Veredas”, que viver é muito perigoso. E explicou: “Porque ainda não se sabe e porque aprender a viver é que é o viver mesmo.” Eu, aos quase 62 anos, sigo aprendendo. E feliz! Mesmo diante de notícia ruim, esse grande estímulo na luta pela vida.

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