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16 de novembro de 2022

A ÁGUIA DOURADA

Cada pessoa deve ter equilíbrio: ser como a galinha, ter os pés no chão, reconhecer as suas raízes... mas não pode deixar de ser águia, pois deve ver além dos limites do galinheiro

Um homem encontrou um ovo de águia e o colocou debaixo da galinha que chocava seus ovos no quintal. Nasceu uma aguiazinha com os pintos e com eles crescia normalmente. Durante todo o tempo a águia fazia o mesmo que faziam os pintinhos, convencida de que era igual a eles.

Ciscava, ia ao chão buscando insetos e pipilava como fazem os pintos, e como eles, também batia as asas conseguindo voar um metro ou dois porque, afinal de contas, é só isso que um frango pode voar, não é verdade? Passam anos e a águia ficou velha...

Certo dia, ela viu, riscando o espaço, num céu azul, uma ave majestosa, planando, no infinito, graciosa, levada, docemente, pelo vento sem nem sequer bater a asa dourada. A águia do chão olhou-a com respeito e logo, perguntou ao seu amigo: "Que tipo de ave é aquela que lá vai"?

- "É uma águia! É rainha", diz-lhe o amigo, mas é bom não olhar muito para ela pois nós somos de raça diferente, simples frangos do chão e nada mais. Daí por diante, então, a pobre da águia nunca mais pensou nisso, até morrer convencida de ser uma simples galinha. Por Anthony de Mello

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