Crescemos sempre com a expectativa de não decepcionar os nossos pais ou qualquer outra pessoa. E assim, criamos uma imagem de nós mesmos que será agradável aos outros e que pode ser um grande sofrimento, frustração e de grandes tensões em nossas vidas, que pode durar muito tempo, se não a vida toda, podendo atrasar ou atrapalhar a nossa evolução e a nossa felicidade.
Esta idealização é uma máscara que utilizamos para esconder a nossa verdadeira natureza e, assim, agradar as pessoas e evitar atritos, aparentemente, pois com este comportamento, vamos em desencontro da nossa forma de ser e nos anulamos em favor das necessidades dos demais, anulando as nossas necessidades. Este comportamento vivido diariamente, se torna a nossa pseudo realidade e passamos a acreditar nesta auto-imagem como nossa verdadeira natureza, embora vivendo angustiados, tensos e frustrados.
Para um padrão de perfeição, há uma cobrança monstruosa de comportamento, que é impossível para nós, humanos, ainda em evolução. Exigir-se ser sempre, correto, compreensivo, afetuoso, não cometer faltas é desumano. Com essa atitude, nos afastamos cada vez mais da verdade, que um dia será de nós cobrada, por nós mesmos, pela prioridade de sermos felizes.
Uma imagem idealizada de si mesmo, construída anos a fio, meticulosamente exigida, por padrões incoerentes a nossa maneira de ser, trará, aos mais felizardos, a urgência de desconstruí-la para que a autêntica imagem surja e se expresse. São felizardos aqueles que chegam à conclusão da necessidade de viver suas vidas próprias e ser autênticos em suas intenções e ações.
Não é fácil, pois os vínculos criados com a autoimagem são a “realidade” que se viveu por muitos anos e que se acreditava ser a verdadeira. Reconhecer a verdadeira natureza mostrará que somos todos seres em evolução e, por conseguinte, com comportamentos que deverão ser lapidados e, enquanto em processo de reconhecimento e adaptação ao melhor de nós, devemos nos aceitar com naturalidade e amor próprio.
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