O presidente Jair Bolsonaro (PL) se negou, nesta sexta-feira (22), a prestar solidariedade às vítimas da operação no Complexo do Alemão, Rio de Janeiro, na véspera. Bolsonaro só lamentou a morte do cabo Bruno de Paula Costa, a quem chamou de "irmão paraquedista". Outras 18 pessoas morreram na ação policial. Entre as vítimas estão duas mulheres que passavam pela região - uma delas foi confirmada nesta sexta.
"Você que se solidarize com essas pessoas, tá ok?", disse a jornalistas, quando questionado sobre as demais vítimas. O presidente visitava um posto de gasolina para celebrar a queda no preço dos combustíveis. O chefe do Executivo disse ter ligado para a irmã do policial que trabalhava na UPP (Unidade de Polúcia Pacificadora) na região quando morreu durante a operação.
Em live na noite de quinta, o presidente comentou a ação da polícia do Rio e disse ter se emocionado da notícia do "colega paraquedista". "Fato lamentável lá do Rio de Janeiro, o cabo bruno de Paula Costa faleceu. Vitimado aí por confronto com bandidos", disse Bolsonaro, em sua transmissão semanal nas redes sociais.
Bolsonaro aproveitou o episódio para criticar na live a decisão do STF (Supremo Tribunal Federal), de que apenas operações excepcionais podem ocorrer no estado enquanto durar a pandemia, e comparou o Rio de Janeiro a filmes de cowboy.
"É algo parecido quando a gente via filme de cowboy no passado, quando alguém cometia um crime nos Estados Unidos e ele fugia. Quando chegava no México, a patrulha americana não podia entrar naquele estado, e ele tava em paz no México. A mesma coisa acontece no Rio de Janeiro", disse o presidente.
A operação envolveu 400 policiais do Bope (Batalhão de Operações Policiais Especiais), da Polícia Militar, e da Core (Coordenadoria de Recursos Especiais), da Polícia Civil. Também foram utilizados dez blindados e quatro helicópteros.
Comandante do Bope, o tenente-coronel Uirá Nascimento afirmou que a operação foi necessária porque dados de inteligência indicaram que a quadrilha poderia se movimentar e cometer ações criminosas na cidade, como invasão de outras favelas e roubo a bancos.
Segundo ele, os bandidos estavam arregimentados com fardas militares similares às utilizadas pela PM e pela Polícia Civil para cometer atentados. A polícia afirma que criminosos do Alemão estão praticando roubos de veículos, principalmente nas áreas dos bairros do Grande Méier, Irajá e Pavuna.
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